Uma folha tomba do plátano,
um frémito sacode o cimo do cipreste,
És tu que me chamas.
Olhos invisíveis sulcam a sombra,
penetram-me como à parede os pregos,
És tu que me fitas.
Mãos invisíveis nos ombros me tocam, para as águas dormentes do lago me atraem,
És tu que me queres.
De sob as vértebras com pálidos toques ligeiros
a loucura sai para o cérebro,
És tu que me penetras.
Não mais os pés pousam na terra,
não mais pesa o corpo nos ares,
transporta-o a vertigem obscura
És tu que me atravessas, tu.
ADA NEGRI
7 comentários:
Ui, quantas sugestões!... Quantas imagens de contornos bem nítidos...
Poderoso!
Gostei muito!...
Abraço! :-)
E assim se tecem as ilusões do real!!!!
Bjks
Adorei e confesso que desconhecia o autor ou autora.
beijos
Uma poetisa a descobir, obrigado.
Ena...
Lindo e forte
Gostei
Beijinho
(*)
Senti que estava em casa neste verde campo salpicado de vermelho... sangue... vida.
Eras tu que me chamavas!
Bjs
BF
Olá amiga, tem papoilas e tudo :)
Beijinhos
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