sexta-feira, 1 de junho de 2007

PIRATA


Sou o único homem a bordo do meu barco.
Os outros são monstros que não falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.

Gosto de uivar no vento com os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso.

A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.

Sophia de Mello Breyner

8 comentários:

MGomes disse...

"A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,"

Muito Bonito. Bom fim de semana

Mário Margaride disse...

Belo poema de Sophia!
E uma bela imagem...

Um Abraço

wind disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
wind disse...

Desculpa apaguei o que escrevi antes porque me baralhei.
Li melhor o poema e não era nada do que tinha escrito.
Este poema é lindo!:)
beijos

avelaneiraflorida disse...

Sophia, SEMPRE!
Bom fim de semana!

Bjks

Alma Nova ® disse...

Tens essa forma tão tua de escolher os mais belos poemas e de os ilustrar com a foto exacta para eles. Jokitas, amigo.

Inês disse...

não se consegue dizer muito, depois dela...*

Maria Romeiras disse...

Nunca acordes desse sonho. Um beijo.