quarta-feira, 27 de junho de 2007

ESPERANÇA


Coimbra, 31 de Dezembro de 1989

Esperança

O poema quer nascer das trevas.
Está nas palavras, e não as sei.
É como um filho que não tem caminho
No ventre da mãe.
Dói,
Dói,
Mas a negar-me teimosamente
A todos os acenos libertadores
Do desespero dilacerado.
No silêncio cansado
E paciente
Canta um galo vidente.
E diz que cada dia
Que anuncia
É sempre um dia novo
De renovo
E poesia.

Miguel Torga
Poesia Completa
Publicações D. Quixote
Imagem: Banksy, Stencil art

8 comentários:

Gi disse...

Não conhecia este poema. Hoje fiquei mais rica. Obrigada.

Deixo-te um beijo de boa noite, ando atrasada nas visitas :(

beijinhos

Mário Margaride disse...

Amigo papagueno,

Peço desculpa por este lapso meu. Mas já foi corrigido. Já coloquei a alusão ao teu blogue CINEMA PARAÍSO, como um dos blogues que me nomeou.

Desculpa lá meu amigo! Foi sem intenção.

Um grande abraço

Kalinka disse...

Pois é, meu Amigo, estamos no Verão, e isso significa muita agitação.
Foi assim que a minha última semana se passou - é só eventos importantes; o lançamento do 1º livro do Amigo Augusto, do blog Klepsidra;
a exposição de pintura da Amiga Margusta e, para a semana terminar em beleza, queria muito ir ao lançamento do livro do Amigo Mário...mas, não vai dar, pois é em Vila Nova de Gaia.
Depois de ter recebido os convites...decidi pôr-me a caminho.
Fui conhecer o bar/restaurante Ondajazz - Travessa Arco de Jesus,7 - Campo das Cebolas.
Venham comigo a uma espécie de visita guiada.

Boa semana. Abraços.

zetrolha disse...

E os Anos 80 e duram e duram...

Inês disse...

sim, são precisos dias de poesia...*

*Um Momento* disse...

E a Esperança, e o Miguel e esse poema
Adorei
Um beijinho :))))

Angell disse...

"Esperança", algo que nunca devemos de perder... Motivadora de um amanhã melhor... :)

Bjs!

SA disse...

gostei da agonia subjacente ao poema com a imagem do balão que se desprende como o poema que quer sair, e elevar-se