Não desesperes, Mãe!
O último triunfo é interdito
Aos heróis que não o são.
Lembra-te do teu grito:
Não passarão!
Não passarão!
Só mesmo se parasse o coração
Que te bate no peito.
Só mesmo se pudesse haver sentido
Entre o sangue vertido
E o sonho desfeito.
Só mesmo se a raiz bebesse em lodo
De traição e de crime.
Só mesmo se não fosse o mudo todo
Que na tua tragédia se redime
Não passarão!
Arde a seara, mas dum simples grão
Nasce o trigal de novo.
Morrem filhos e filhas da nação,
Não morre um povo!
Não passarão!
Seja qual for a fúria da agressão,
As forças que te querem jugular
Não poderão passar
Sobre a dor infinita desse não
Que a terra inteira ouviu
E repetiu:
Não passarão!
Miguel Torga
Poesia Completa
Publicações D. Quixote
O último triunfo é interdito
Aos heróis que não o são.
Lembra-te do teu grito:
Não passarão!
Não passarão!
Só mesmo se parasse o coração
Que te bate no peito.
Só mesmo se pudesse haver sentido
Entre o sangue vertido
E o sonho desfeito.
Só mesmo se a raiz bebesse em lodo
De traição e de crime.
Só mesmo se não fosse o mudo todo
Que na tua tragédia se redime
Não passarão!
Arde a seara, mas dum simples grão
Nasce o trigal de novo.
Morrem filhos e filhas da nação,
Não morre um povo!
Não passarão!
Seja qual for a fúria da agressão,
As forças que te querem jugular
Não poderão passar
Sobre a dor infinita desse não
Que a terra inteira ouviu
E repetiu:
Não passarão!
Miguel Torga
Poesia Completa
Publicações D. Quixote
Foto: Misha Gordin
4 comentários:
O "meu" TORGA!!!!
LINDO! LINDA IMAGEM!!!!
BJKS
Naõ Passarão!!! Como eu gostava de poder gritar este grito com a convicção doutros tempos...Mas a esperença não morre jamais! Jokitas.
Toda a força num poema!
Inabalável.
Lindo.
Beijinhos
Belo poema...
ai Torga Torga
Beijo:))))
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