sexta-feira, 8 de junho de 2007

NAVIO DE ESPELHOS



Cesariny encontra Rodrigo Leão, LINDO!

O NAVIO DE ESPELHOS

O navio de espelhos
não navega cavalga

Seu mar é a floresta
que lhe serve de nível

Ao crepúsculo espelha
sol e lua nos flancos

Por isso o tempo gosta
de deitar-se com ele

Os armadores não amam
a sua rota clara

(Vista do movimento
dir-se-ia que pára)

Quando chega à cidade
nenhum cais o abriga

O seu porão traz nada
nada leva à partida

Vozes e ar pesado
é tudo o que transporta

(E no mastro espelhado
uma espécie de porta)

Seus dez mil capitães
têm o mesmo rosto

A mesma cinta escura
o mesmo grau e posto

Quando um se revolta
há dez mil insurrectos

(Como os olhos da mosca
reflectem os objectos)

E quando um deles ala
o corpo sobre os mastros
e escruta o mar do fundo

Toda a nave cavalga
(como no espaço os astros)

Do princípio do mundo
até ao fim do mundo

Mário Cesariny

Visto no Planeta Sagrado

7 comentários:

avelaneiraflorida disse...

Um dos poemas FANTÀSTICOS de Cesariny!!!!!!

Logo...não podia ser melhor a escolha!!

Bjks

wind disse...

Lindoooooooooo!
Vou-te roubar já sabes para onde:)))
Beijos

Inês disse...

o Cesariny devia ser considerado Património da Humanidade...***

:)

SA disse...

como a música e o poema se conjugam tão bem. está tudo de parabéns, inclusive que o leu. bjinhos :)

Verena Sánchez Doering disse...

maravilloso, entre el poema y la musica que deja solo decirte hermoso querido amigo
los poemas de Cesariny son bellos y la musica de Rodrigo Leao es hermosa
curioso es que aca nunca ha llegado nada de su musica y por la net no he podido bajar nada de el tambien y me gusta mucho
besitos y hermoso trabajo
un lindo fin de semana y que estes muy bien


besos y sueños

Mário Margaride disse...

Homenagem merecida, a Mário Cesariny.

Belo poema!

Um abraço

ANTONIO DELGADO disse...

Reler o Cesariny e sempre um momento de regozijo...

uma abraço