sábado, 7 de julho de 2007

LIVE EARTH POLUIDOR

Ainda acerca do Live Earth, um artigo pertinente no Público online



Música abafa emissões de gases com efeito de estufa geradas pelo Live Earth

As 24 horas de concertos pelo ambiente, nos palcos dos sete continentes, podem fazer mais do que chamar a atenção para a protecção do planeta. As deslocações dos artistas, alguns em aviões privados, e dos milhões de espectadores, traduzem-se na emissão de milhares de toneladas de gases com efeito de estufa (GEE).

O jornal britânico “The Guardian” fez algumas contas e constatou factos. Os Red Hot Chili Peppers viajam de avião privado de Paris até ao estádio de Wembley, em Londres. Ainda esta noite viajam até à Dinamarca. Os Génesis ainda actuam esta noite em Manchester.

O facto de algumas estrelas figurarem entre os maiores ofensores do clima não ajuda a passar a mensagem ambiental. No ano passado, o espectáculo da Madonna “Confessions” emitiu em quatro meses 440 toneladas de dióxido de carbono, segundo John Buckley, no site Carbonfootprint.com, que estimou as emissões dos participantes no Live earth.

Os espectadores que se deslocam de Nova Jersey para os concertos de Londres vão emitir 5600 toneladas de GEE, o equivalente a 7270 pessoas a atravessarem o Atlântico de avião.

Esta semana, os Artic Monkeys declinaram o convite para participarem no Live Earth porque seria “um pouco hipócrita”. Especialmente “quando estamos a gastar com a iluminação de palco energia suficiente para abastecer dez casas”, explicou o baterista Matt Helders.

Mesmo quem se limitar a ver os concertos na Internet deve saber que o site do Live Earth é patrocinado pela Chevrolet, que produz carrinhas pouco eficientes a nível de combustível.

Conscientes da necessidade de minimizar a pegada ecológica do Live Earth, os organizadores prometeram abastecer todos os concertos com energia renovável e compensar as emissões dos voos previstos para os concertos de Londres, Nova Jersey, Xangai, Joanesburgo, Tóquio, Sydney e Rio de Janeiro. Além disso, dizem, tentaram que os artistas tocassem nas cidades onde moram, ou nos continentes onde estão actualmente a trabalhar.

5 comentários:

Anônimo disse...

Muito oportuno.
também já me tinha questionado acerca disso;
há grandes empresas que patrocinam "causas sociais" mas pagam aos trabalhadores uma miséria;
dizemos defdender a terra, mas somos incapazes de subir um grau a temperatura do ar condicionado?
estamos muito preocupados com o ambiente e vamos aos concertos cada um no seu carrinho?

papagueno disse...

Pois meu amigo 3vairado tocaste num ponto muito importante para mim. Não conduzo desde 1994 e a única altura em que sinto falta do carro é mesmo nos concertos. Porque é que em Portugal os concertos começam tão tarde para acabarem tão tarde? Para terem uma idéia o concerto de hoje no Pav. Atlântico termina lá para as duas da manhã, o concerto de londres acabou agora(22.30) com um magnífico concerto de Madonna. creio que londres tem o mesmo fuso horário de Lisboa, vejam então a diferença.
Se fosse ao Atlântico teria que voltar para casa de táxi (até ao Cacém são uns bons 20€)ou esperar pelo primeiro combóio.

avelaneiraflorida disse...

O problema das "ajudas" ,das "causas" é que nem sempre elas chegam objectivamente aos respectivos destinos!

Mas se isso não for seriamente repensado...ai da Mãe-TERRA...que não conseguirá amparar os seus filhos!
O jogo dos interesses económicos fala demasiado alto...
Nestas alturas, recordo o que costumo contar aos meus "besouros" sobre "algodão", "fábricas" ,
"indústrias" e...
UM SENHOR CHAMADO GHANDI!!!!!

wind disse...

Disso não me lembrei eu:)
beijos

nelio disse...

até a minha filha com 13 anos reparou nisso e comentou, a quantidade enorme de energia que se estava a gastar...