
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
MEMÓRIA DA NOITE - NON NOS HUMILLAREDES NUNCA MAIS!
Madrugada, o porto adormeceu, amor,
a lúa abanea sobre as ondas
piso espellos antes de que saia o sol
na noite gardei a túa memoria.
Perderei outra vez a vida
cando rompa a luz nos cons,
perderei o día que aprendín a bicar
palabras dos teus ollos sobre o mar,
perderei o día que aprendín a bicar
palabras dos teus ollos sobre o mar.
Veu o loito antes de vir o rumor,
levouno a marea baixo a sombra.
Barcos negros sulcan a mañá sen voz,
as redes baleiras, sen gaivotas.
E dirán, contarán mentiras
para ofrecerllas ao Patrón:
quererán pechar cunhas moedas, quizais,
os teus ollos abertos sobre o mar,
quererán pechar cunhas moedas, quizais,
os teus ollos abertos sobre o mar.
Madrugada, o porto despertou, amor,
o reloxo do bar quedou varado
na costeira muda da desolación.
Non imos esquecer, nin perdoalo.
Volverei, volverei á vida
cando rompa a luz nos cons
porque nós arrancamos todo o orgullo do mar,
non nos afundiremos nunca máis
que na túa memoria xa non hai volta atrás:
non nos humillaredes NUNCA MÁIS.
Luar Na Lubre
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
PARABÉNS DARWIN!

Se fosse vivo, como se riria o naturalista Charles Darwin de todos aqueles que o criticaram e ridicularizaram.
Nos nossos dias a Evolução é aceite em quase todo o mundo, no entanto o conflito entre criacionistas e evolucionistas ainda é uma realidade, isto apesar das provas serem cada vez mais evidentes do Evolucionismo; desde o desenvolvimento da paleontologia e do estudo dos fósseis na segunda metade do século XIX às grandes inovações na área da genética que tiveram o seu auge em 1953, com a descoberta da estrutura da molécula de ADN por Watson e Crick, que as ideias do naturalista inglês deixaram de ser uma teoria e passaram à certeza.
Mesmo assim, o criacionismo ainda tem bastante força, ferozmente defendido por diversas religiões e mesmo por grande parte da população dos Estados Unidos, um dos países científicamente mais desenvolvidos do mundo.
2009 é o ano de Darwin; além dos 150 anos da publicação da "Origem das Espécies", comemoram-se hoje os duzentos anos do seu nascimento, portanto:
PARABÉNS DARWIN!
sábado, 25 de outubro de 2008
ASHES AND SNOW



“In exploring the shared language and poetic sensibilities of all animals, I am working towards rediscovering the common ground that once existed when people lived in harmony with animals. The images depict a world that is without beginning or end, here or there, past or present.”
—Gregory Colbert, Creator of Ashes and Snow
Site: Ashes and Snow
Mais sobre esta exposição no Imaginens
sábado, 30 de agosto de 2008
MORCEGOS NA WEB
As lendas do Conde Drácula e o facto de haver algumas espécies que se alimentam do sangue de outros mamíferos, contribuíram para alimentar a má fama dos morcegos.
O certo é que, além de ajudarem na polinização de muitas espécies vegetais, os morcegos são muito úteis no controlo de certas pragas de insectos, evitando muitas vezes o uso de insecticidas químicos sempre nefastos ao ambiente.
Morcego-de-ferradura-mourisco, Rhinolophus mehelyi
«No mundo existem mais de 1000 espécies de morcegos e, em Portugal Continental, existem 24 espécies, que representam 40 por cento da fauna de mamíferos terrestres do país.Nove das espécies existentes em Portugal são classificadas como criticamente em perigo, em perigo, ou como vulneráveis no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (2005).»
Morcegos na Web
quinta-feira, 26 de junho de 2008
RIOS
Rios há que em vez de correrem para a foz, correm
para a nascente. Sentindo-se acossados, dissimulam-se
sob a mais densa folhagem.
Quem alguma vez neles se banhou, ficou deveras impres-
sionado com a volúpia das suas águas e os pequenos
redemoinhos.
Temos que os proteger dos outros rios mais poderosos
e arrogantes. Sob pena de um dia morrermos afogados
nas nossas próprias águas.
O GUARDA RIOS
É Tão difícil guardar um rio
quando ele corre
dentro de nós
Textos de Jorge Sousa Braga
In "O Poeta Nu" (1999)
Imagens dos dois rios correm dentro de mim: O Douro e o Tejo.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
MARAVILHAS DA FLORESTA TROPICAL



Já há muito que não trazia aqui os meus bichinhos.
Imagens: National Geographic
segunda-feira, 19 de maio de 2008
VAMOS RECICLAR AS ROLHAS

No país que é o maior produtor de cortiça do mundo, e que tem na vinha uma das suas principais culturas, já era tempo de se começar a reciclar rolhas.
Earth Condominium
quarta-feira, 23 de abril de 2008
terça-feira, 22 de abril de 2008
DIA DA TERRA

Que importancia terá a economia quando todos os recursos se esgotarem?
"Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar... "
Alberto Caeiro
domingo, 24 de fevereiro de 2008
PARAÍSOS
Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do Sol me não constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.
Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!
Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito...
Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.

No barco sem ninguém, anónimo e vazio,
ficámos nós os dois, parados, de mão dada…
Como podem só dois governar um navio?
Melhor é desistir e não fazermos nada!
Sem um gesto sequer, de súbito esculpidos,
Tornamo-nos reais, e de Madeira, à proa…
Que figures de lenda! Olhos vagos, perdidos…
Por entre nossas mãos, o verde mar se escoa…
Aparentes senhores de um barco abandonado,
nós olhamos, sem ver, a longínqua miragem…
Aonde iremos ter? – Com frutos e pecado,
Se justifica, enflora, a secreta viagem!
Agora sei que és tu quem me fora indicada.
O resto passa, passa…alheio aos meus sentidos.
- Desfeitos num rochedo ou salvos na enseada,
A eternidade é nossa, em Madeira esculpidos!
Rangia entre nós dois a música da areia
Rangia entre nós dois a música da areia
como se fosse Agosto a dedilhar um sistro
Agora está fechada a casa onde te amei
onde à noite uma vez devagar te despiste
Floresça o clavicórdio em pleno mês de Outubro
Na harpa de Setembro entrelaçou-se a vinha
A que vem de repente entre os dois este muro
feito de solidão de sal de marés vivas
Podia conjurar-te a que não me esquecesses
mas é longe do Mar que os navios são tristes
De que serve o convés com a sombra das redes
Quis a tua nudez Não quis que te despisses
Paisagem
Desejei-te pinheiro à beira-mar
para fixar o teu perfil exacto.
Desejei-te encerrada num retrato
para poder-te comtemplar.
Desejei que tu fosses sombra e folhas
no limite sereno desta praia.
E desejei:
Mas frágil e humano grão de areia
não me detive à tua sombra esguia.
(Insatisfeito, um corpo rodopia
na solidão que te rodeia.)
Inscrição sobre as ondas
Mal fora iniciada a secreta viagem,
Um deus me segredou que eu não iria só.
Por isso a cada vulto os sentidos reagem,
Supondo ser a luz que o deus me segredou.
Poemas: David Mourão-Ferreira
Fotografia: National Geographic
sábado, 2 de fevereiro de 2008
PAÇO DE SINTRA ENTREGUE À BICHARADA

O fotógrafo francês Thierry des Ouches traz a Sintra uma exposição composta por 52 fotografias, em tamanho gigante, de animais de quinta. Promovida pela Câmara de Sintra, esta mostra está patente de 1 de Fevereiro a 31 de Março, no Largo do Palácio da Vila.

Vista por milhares de pessoas, a exposição já passou pelas mais famosas artérias de algumas das grandes cidades francesas, como Paris, Rouen, Dijon e Lyon.
Texto: Câmara Municipal de Sintra



Fotos: Les Animaux de la Ferme
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
TERRA
Ainda hoxe queda xente
que sabe sentir a terra
queda ainda quen comprende
canto pode aprender dela
Que non existe o silencio
todo está cheo de sons
canta o río, brúa o vento
todo fala ao teu redor
I é preciso que entendas
o que intues no interior
somos parte desta terra
porque terra somos nós
Somos coma o vento
que peitea a herba
gardando os segredos
dos confins da terra
Somos como as pedras
que o tempo moldea
envoltas nas neboas
dos confíns da terra
Somos coma o lume
que da luz nas tebras
i esperta as concencias
dos confins da terra
Luar Na Lubre
Tradicional / Bieito Romero
Letra: Raquel González Gamallo
domingo, 30 de dezembro de 2007
O PINGÜIM

Bom dia, pingüim
Onde vai assim
Com ar apressado?
Eu não sou malvado
Não fique assustado
Com medo de mim
Eu só gostaria
De dar um tapinha
No seu chapéu jaca
Ou bem de levinho
Puxar o rabinho
Da sua casaca
Quando você caminha
Parece o Chacrinha
Lelé da caixola
E um velho senhor
Que foi meu professor
No meu tempo de escola
Pingüim, meu amigo
Não zangue comigo
Nem perca a estribeira
Não pergunte por quê
Mas todos põem você
Em cima da geladeira
Vinicius de Morais
sábado, 29 de dezembro de 2007
A FÚRIA DOS DEUSES







O homem tenta moldar a natureza à medida dos seus interesses. De vez em quando ela vinga-se...
Fotos: National Geographic