quarta-feira, 14 de novembro de 2007

AO MAR



Toma-me pouco a pouco o delírio das cousas marítimas,
Penetram-me fisicamente o cais e a sua atmosfera,
O marulho do Tejo galga-me por cima dos sentidos,
E começo a sonhar, começo a envolver-me do sonho das ágoas,
Começam a pegar bem as correias-de-transmissão na minh'alma
E a aceleração do volante sacode-me nítidamente.

Chamam por mim as ágoas,
Chamam por mim os mares.
Chamam por mim, levantando uma voz corpórea, os longes,
As épocas marítimas todas sentidas no passado, a chamar.

Alberto Caeiro, excerto da "Ode Marítima"

HOMEM LIVRE, TU SEMPRE GOSTARÁS DO MAR

Charles Baudelaire

2 comentários:

avelaneiraflorida disse...

IMAGENS FABULOSAS!!!!!!

Os mistérios e a sensibilidade da via marinha!!!!

BJks

Fátima disse...

Amigo papagueno,

Fotos muito boas... ao mar...ao mar...
Lindíssimo!

:-) Beijinhos