sábado, 17 de novembro de 2007
DEBAIXO DE ÁGUA
O teu corpo O meu corpo E em vez dos corpos
que somados seriam nossos corpos
implantam-se no espaço novos corpos
ora mais ora menos que dois corpos
Que escorpião de súbito estes corpos
quando um espelho reflecte os nossos corpos
e num só corpo feitos os dois corpos
ao mesmo tempo somos quatro corpos
Não indagues agora se o meu corpo
se contenta só corpo no teu corpo
ou se busca atingir todos os corpos
que no fundo residem num só corpo
Mas indaga sem pausa além do corpo
o finito infinito destes corpos
David Mourão-Ferreira (1927-1996)
Fotos: Zena Holloway
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6 comentários:
Por favor!
Ajuda a que se faça Justiça a Flávia. Se és um ser com sentimentos, ajuda!
Eu jamais invadirei teu blogue, garanto! Mas ajuda.
Repara bem: eu, tu, seja quem for, tem nosso pai, nossa mãe, nosso irmão ou irmã, ao longo de 10 anos em coma, que vida será a nossa?
Se não tivermos a solidariedade de alguém com sentimentos, que será de nós?
TEMPO SEM VENTO
Ah, maldito! Tempo,
Que me vais matando,
Com o tempo.
A mim, que não me vendi.
Se fosses como o vento,
Que vai passando,
Mas vendo,
Mostrava-te o que já vi.
Mas tu não queres ver,
Eu sei!
Contudo, vais ferindo
E remoendo,
Como quem sabe morder,
Mas ainda não acabei
Nem de ti estou fugindo,
Atrás dos que vão correndo.
Se é isso que tu queres,
Ir matando,
Escondendo e abafando,
Não fazendo como o vento:
Poder fazer e não veres
Aqueles que vais levando,
Mas a mim? Nem com o tempo!
Lindo! Lindo! Lindo!
Um bailado reflectido na alma!
beijos e bom final de semana!
Amigo Papagueno,
Que Fotos belíssimas!!!!E um não menos poema a condizer!!!!
Uma celebração perfeita!!!!!!
BJKS!!!!!!!
david mourão-ferreira, um dos poetas do amor....um dos meus poetas!
Estas imagens são, de facto, sublimes. Casam lindamente com a poesia do Mourão-Ferreira, mais sublime ainda!
Nada melhor para "ilustrar" estas belìssimas fotos, do que um poema de David Mourão Ferreira, o poeta do feminino,por excelência.
Abraço.
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