quarta-feira, 23 de maio de 2007
TAMBÉM ESTE CREPÚSCULO
Também este crepúsculo nós perdemos.
Niguém nos viu hoje à tarde de mãos dadas
enquanto a noite azul caía sobre o mundo.
Olhei da minha janela
A festa do poente nas encostas ao longe.
Às vezes como uma moeda
acendia-se um pedaço de sol nas minhas mãos.
Eu recordava-te com a alma apertada
por essa tristeza que tu me conheces.
Onde estavas então?
Entre que gente?
Dizendo que palavras?
Porque vem até mim todo o amor de repente
quando me sinto triste, e te sinto tão longe?
PABLO NERUDA
20 Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada
Publicações D. Quixote
Tradução: Fernando Assis Pacheco
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2 comentários:
Tão tristemente belo e que fantástica imagem:)
Beijos
Pablo Neruda sabe como modelar os sentimentos e espelhá-los nas palavras...
Excelente composição!!!
Boa escolha,
Bjks
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