Que rosas fugitivas foste ali:
Requeriam-te os tapetes – e vieste...
– Se me dói hoje o bem que me fizeste,
É justo, porque muito te devi.
Em que seda de afagos me envolvi
Quando entraste, nas tardes que apareceste –
Como fui de percal quando me deste
Tua boca a beijar, que remordi...
Pensei que fosse o meu o teu cansaço –
Que seria entre nós um longo abraço
O tédio que, tão esbelta, te curvava...
E fugiste... Que importa ? Se deixaste
A lembrança violeta que animaste,
Onde a minha saudade a Cor se trava?...
Paris - dezembro 1915
Mário de Sá-Carneiro
7 comentários:
Esta noite deitei o sonho no leito ...e vejo estrelas.
beijinhos embrulhados em abraços
Mário de Sá Carneiro....é sempre QUASE!!!!!
Boa escolha!Bjks
Que soneto notável!
Um verdadeiro hino ao amor.
Muito bem papagueno.
Um abraço
Lindo.
Ir espreguiçar-me e enroscar-me no quentinho... com estas palavras doces no ouvido...
Hum! Que bom...
Obrigado
Sá-Carneiro, grandes escolhas, grandes palavras. Os poetas escrevem como se nos lessem todos, mesmo os que ainda não são. A condição humana será assim tão previsível? Amar e ser amado...
Eu acho que sim Maria. Afinal amar e ser amados, não é o que todos desejamos?
ta fixiiii
bjokas
Bom fim semana
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