domingo, 1 de abril de 2007

DESESPERO


Não eram meus os olhos que te olharam
Nem este corpo exausto que despi
Nem os lábios sedentos que poisaram
No mais secreto do que existe em ti.

Não eram meus os dedos que tocaram
Tua falsa beleza, em que não vi
Mais que os vícios que um dia me geraram
E me perseguem desde que nasci.

Não fui eu que te quis. E não sou eu
Que hoje te aspiro e embalo e gemo e canto,
Possesso desta raiva que me deu

A grande solidão que de ti espero.
A voz com que te chamo é o desencanto
E o espermen que te dou, o desespero

José Carlos Ary dos Santos

5 comentários:

wind disse...

Poema de angústia do grande Ary.
beijos

Verena Sánchez Doering disse...

versos de dolor dejando hablar la soledad de lo que se recuerda
un alma deseperada
mil disculpas por no saludarte antes pero he estado con mil cosas
que comiences una linda semana y estes muy bien
besitos y mi abrazo


besos y sueños

Alma Nova ® disse...

Grande Ary dos Santos e belíssima homenagem esta que lhe fizeste. Poema mesclado de amor e dor da ausência.

Maria Romeiras disse...

Belíssimo. Também a música de fundo, lá está o Bairro do Amor em função de rádio. AMO esta música.

Mário Margaride disse...

Olá papagueno, tenho estado sem pc, só hoje é que ficou operacional. Daí a minha ausência. Tive este fim de semana, que ir ao do meu filho, por isso andei um pouco "fugido". Mas já está ok.

Gostei muito deste poema do Ary, belíssimo!

Abraço