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Queria ter o sol só para mim. Tê-lo de forma a dele poder de vez em quando ceder parte apenas a um dos meus mais íntimos amigos.
Luís Miguel Nava
Morcego-de-ferradura-mourisco, Rhinolophus mehelyi
«No mundo existem mais de 1000 espécies de morcegos e, em Portugal Continental, existem 24 espécies, que representam 40 por cento da fauna de mamíferos terrestres do país.Nove das espécies existentes em Portugal são classificadas como criticamente em perigo, em perigo, ou como vulneráveis no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (2005).»
Morcegos na Web
A Verdade desvendada pelo Tempo
Giambattista Tiepolo (1696-1770)
Neste quadro a Verdade aparece com um espelho na mão, que reflete a sua nudez, forçando a Mentira, ao seu lado, a fechar os olhos. A partir desta história tirem as vossas conclusões.
Infelizmente não consegui encontrar as estátuas de Caim e Abel expostas na pequena cidade italiana de Ortesi, que costumam ser retiradas da rua por alturas da procissão anual da localidade. Parece que as figuras dos dois irmãos desavindos possuem uns genitais um nadinha exagerados que perturbam o recato da cerimónia.
La Carmen está bailando
por las calles de Sevilla.
Tiene blancos los cabellos
y brillantes las pupilas.
¡Niñas,
corred las cortinas!
En su cabeza se enrosca
una serpiente amarilla,
y va soñando en el baile
con galanes de otros días.
¡Niñas,
corred las cortinas!
Las calles están desiertas
y en los fondos se adivinan,
corazones andaluces
buscando viejas espinas.
¡Niñas,
corred las cortinas!
Federico Garcia Lorca
Para os nacionalistas espanhóis o grande poeta e dramaturgo espanhol era "mais poderoso com a caneta que muitos com o revólver". A famosa frase teria sido proferida pelo mesmo deputado católico que denunciou a presença do escritor em Granada onde irónicamente procurara refúgio.
Por ser uma voz incómoda para os nacionalistas, Lorca foi preso e cruelmente executado no dia 19 de agosto de 1936, sendo uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola. Posteriormente, um dos seus carrascos veio gabar-se de ter disparado duas balas no ânus do poeta por este ser homossexual.
El río Guadalquivir
va entre naranjos y olivos.
Los dos ríos de Granada
Bajan de la nieve al trigo.
¡Ay, amor
que se fue y no vino!
El río Guadalquivir
Tiene las barbas granates,
los dos ríos de Granada
uno llanto y otro sangre
Federico Garcia Lorca
Callas, no camarim do Teatro São Carlos
A diva está de volta a Lisboa com uma exposição comemorativa dos cinquenta anos da apresentação da "Traviata" no São Carlos.
A mostra é composta por documentos vários, fotografias, jóias e vestuário. Entre os documentos destacam-se cartas dirigidas a Onassis, Pasolini e ao coreógrafo Maurice Bejart. Dos variados vestidos e jóias, o traje usado por Callas na "Tosca", encenada por Zeffirelli, é aquele que chama mais a atenção, assim como a coroa de Norma, criada por Christian Dior, para a produção de 1965 na Ópera de Paris.
A exposição compreende ainda um núcleo dedicado à produção da ópera "La Traviata", protagonizada por Maria Callas, em 1958, no São Carlos. O cenário do Acto II é mostrado ao público pela primeira vez, para além de fotografias inéditas, recortes de Imprensa, o programa de sala autografado pela cantora e alguma da correspondência trocada entre Ansaloni, o agente milanês da Callas, e José de Figueiredo, director do São Carlos, responsável pela vinda de Maria Callas a Lisboa.
Mais informações em: Callas Lisboa The Death and Life (1916)
Gustave Klimt (1862-1918)
A propósito do artigo do Ludovicus e da respectiva Sugestão de leitura:
"Será que podemos viver sem o belo?"
Claro que não, o homem precisa do belo, assim como precisa do ar para respirar. Ele está por todo o lado: Na arte, na simples nudez de um corpo, no filme ou na canção que nos fez rir, chorar ou sonhar.
Mas será que o belo poderia existir sem o grotesco?
Que seria do mundo sem o feio? Será que conseguiríamos apreciar a verdadeira beleza das coisas?
Ilha dos Mortos (1886)
Arnold Böcklin (1827-1901)
Quem poluiu, quem rasgou os meus lençóis de linho,
Onde esperei morrer, - meus tão castos lençóis?
Do meu jardim exíguo os altos girassóis
Quem foi que os arrancou e lançou no caminho?
Quem quebrou (que furor cruel e simiesco!)
A mesa de eu cear - tábua tosca de pinho?
E me espalhou a lenha? E me entornou o vinho?
- Da minha vinha o vinho acidulado e fresco...
Ó minha pobre mãe!... Não te ergas mais da cova,
Olha a noite, olha o vento. Em ruína a casa nova...
Dos meus ossos o lume a extinguir-se breve.
Não venhas mais ao lar. Não vagabundes mais.
Alma da minha mãe... Não andes mais à neve,
De noite a mendigar às portas dos casais.
Camilo Pessanha