Se conseguires entrar em casa e
alguém estiver em fogo na tua cama
e a sombra duma cidade surgir na cera do soalho
e do tecto cair uma chuva brilhante
contínua e miudinha - não te assustes
são os teus antepassados que por um momento
se levantaram da inércia dos séculos e vêm
visitar-te
diz-lhes que vives junto ao mar onde
zarpam navios carregados com medos
do fim do mundo - diz-lhes que se consumiu
a morada de uma vida inteira e pede-lhes
para murmurarem uma última canção para os olhos
e adormece sem lágrimas - com eles no chão.
Al Berto
"Horto de Incêndio"
11 comentários:
Parabéns, meu caro!
Al Berto e a Veneza incendiada de poente de Monet ajustam-se na perfeição!
Que poema magnífico de serenidade!
Abraço! :-)
Mais um belíssimo texto, força...
Magnífico.
beijos
Passa pelo meu espaço, último post de hoje s.f.f. tens uma encomenda para levantar.
outro :)
Que posso dizer? Um poema de uma intensidade tão característica do Al Berto, com a deslumbrante Billie Holiday em fundo. Valeu o momento!
Aquele abraço infernal!
Este post é uma festa para os sentidos. Monet, Al Berto e Billie Holliday assim reunidos é um deleite pleno. Sabe sempre bem voltar cá :)
3 em 1!!!!!
LINDO!!!! LINDO!!!!!
Podes não ter tanto tempo, mas quando reapareces trazes sempre coisas bonitas!!!!!
"Brigados"!!!!!!
Bjks
Uma nostalgia cortante que nem o fogo consome!
Maravilhoso post!:)
beijos
Que mais se pode desejar? Relembrar a palavra sempre magnifica de Al Berto, ouvindo uma voz também precocemente desaparecida, e vislumbrar um sol a brilhar as águas da "laguna", via Monet...
Brilhante.
Amigo,
Sempre boas e cativantes as tuas escolhas...
LINDO!!
Parabéns!
:-) Jokinhas
o que eu gosto de al berto......
:,o)
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