terça-feira, 20 de março de 2007

ENVOLVE-ME

Envolve-me amorosamente
Na cadeia de teus braços
Como naquela tardinha...
Não tardes, amor ausente;
Tem pena da minha mágoa,
Vida minha!

Vai a penumbra desabrochando
Na alcova
Aonde estou aguardando
A tua vinda...
Não tardes, amor ausente!
Anoitece. O dia finda...
E as rosas desfalecendo
Vão caindo e murmurando:
- Queremos que Ele nos pise!
Mas, quando vem Ele, quando?...

António Botto
Canções, 1921

4 comentários:

Anônimo disse...

poema bonito!!! Tens bom gosto...

www.rochasuave.blogs.sapo.pt

SA disse...

belo poema. parabéns

Mário Margaride disse...

Belo poema...papagueno.

Abraço

wind disse...

boa escolha:)
bjs