Foi a saudade do teu braço
e o olhar que já da luz me dói
trabalhei sem dar p´lo cansaço
horas extraordinárias, foi
um dia que passou num furacão
um furacão que se amainou, só
quando, aparte o amor
eu me vi só
atirando amoeda ao ar
diz-me que cara ou coroa
eu vou ganhar
diz-me quanto eu fiz bem
em me apostar
e que bem fiz em ter por necessárias
as horas extraordinárias
E assim que volto ao meu lugar
reencontro com dor e com prazer
o coração que fiz falar
à máquina de escrever, a ver
ela a dar corda à máquina de amar
e um coração a se amainar, só
quando aparte o amor
eu me vi só
atirando amoeda ao ar
diz-me que cara ou coroa
eu vou ganhar
diz-me quanto eu fiz bem
em me apostar
e que bem fiz em ter por necessárias
as horas extraordinárias
Sérgio Godinho
Imagem: Salvador Dali
8 comentários:
Uma excelente conjugação da arte de Dali com a beleza das palavras do SG.
Saudações do Marreta.
Maravilha de post!
Letra, música e tela:)
Beijos
Lindo, tanto o poema como a tela!
Já agora,há uma farra blogosférica 29-02 não quer ir?
Um abraço
E não é que o poema e a música do Sérgio se dão lindamente com a arte do Salvador Dali?
Excelente escolha!
Aquele abraço infernal!
o coração que fiz falar
é isso que o poema consegue...
Vou repetir o que antes disseram:
associação PERFEITA!!!!
BRIGADOS!!!!!
Bjkas!
Mais uma vez, consegues unir duas personalidades, uma da pintura e outra da música, numa simbiose perfeita.
Abraço.
Que falta me fazía um relógio de Dali... escorrer as horas para não dar conta delas passarem
Quanto ao Sérgio, só posso dizer que gosto e muito, letra e musica!
Beijinhos
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