terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

QUEM ME QUISER


Quem me Quiser

Quem me quiser há-de saber as conchas
a cantiga dos búzios e do mar.
Quem me quiser há-de saber as ondas
e a verde tentação de naufragar.

Quem me quiser há-de saber as fontes,
a laranjeira em flor, a cor do feno,
a saudade lilás que há nos poentes,
o cheiro de maçãs que há no inverno.

Quem me quiser há-de saber a chuva
que põe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.

Quem me quiser há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.

Quem me quiser há-de saber a espuma
em que sou turbilhão, subitamente
- Ou então não saber coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente.

Rosa Lobato Faria (1932-2010)
Foto Papagueno

4 comentários:

wind disse...

Um belíssimo poema com que lhe prestas homenagem!
Que R.I.P.
Beijos

João Roque disse...

Uma bela homenagem, em forma de poema...

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

a espuma do nervo!