sábado, 14 de junho de 2008
GAIVOTA
Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.
Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.
Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.
Alexandre O'Neill
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8 comentários:
Grandes versos, grande voz, grande fado! Um bom fim de semana
PS eh pá falhou a morte do Vasco Santana. E eu que pensava que perdia horas a mais a fazer estes posts... ainda há caminho para melhorar :)
Demasiados nomes ligados à data do dia da cidade de Lisboa.
A palavra de O'Neill, ora sentimental, ora satírica, também "casa" muito bem com Lisboa!
Abraço.
Belíssimo poema, desliguei o som porque não gosto de fado:)
Agora todos me vão "bater".lololol
beijos
Imensa, AMÀLIA!!!!!
E um poeta de eleição!!!!
BOM FIM DE SEMANA,Amigo Papagueno!!!
Bjkas!
Para um momento de inspiração destes, tanto poético como vocal, apenas se pode responder com o deliciar dos sentidos.
Saudações do Marreta.
Aqui
é sempre o mesmo
encantamento
pelas palavras
em forma de poesia
que brotam
de dentro de ti,
doce amigo.
Passar por aqui é um prazer.
Abraço-te com carinho.
sem palavras
coube tudo perfeitamente na minha mão.
abraço
luísa
Esta música para mim, mesmo falando de Lisboa, está associada a Viana do Castelo....
Muito por lá foi cantada :)
Adorei recordar
Beijocas
BF
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