De mim não falo mais: não quero nada.
De Deus não falo: não tem outro abrigo.
Não falarei também do mundo antigo,
pois nasce e morre em cada madrugada.
Nem de existir, que é a vida atraiçoada,
para sentir o tempo andar comigo;
nem de viver, que é liberdade errada,
e foge todo o Amor quando o persigo.
Por mais justiça... -- Ai quantos que eram novos
em vão a esperaram porque nunca a viram!
E a eternidade... Ó transfusão dos povos!
Não há verdade: o mundo não a esconde.
Tudo se vê: só se não sabe aonde.
Mortais ou imortais, todos mentiram.
Jorge de Sena nos 30 anos da sua morte
2 de Novembro de 1919 — 4 de Junho de 1978
3 comentários:
Bela homenagem.
Beijos
Viva
quem sabe e nos propõe que leiamos o que merece ser lido;
não há verdade porque a verdade é.
Amigo Papagueno,
sempre é importante recordar os poetas maiores da nossa vivência!!!
Também tinha olhado para este poema; acabei por postar um outro...
Mas todos belos!!!!
bjkas!!
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