sexta-feira, 30 de maio de 2008
quarta-feira, 28 de maio de 2008
CIRANDA DA BAILARINA
Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Berruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem
Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem
Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem
O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem...
Letra: Chico Buarque
Voz: Adriana "Partimpim" Calcanhoto
terça-feira, 27 de maio de 2008
AGORA
Abre-te primavera!
Tenho um poema à espera
Do teu sorriso.
Um poema indeciso
Entre a coragem e a covardia.
Um poema de lírica alegria
Refreada,
A temer ser tardia
E ser antecipada.
Dantes, nascias
Quando eu te anunciava.
Cantava,
E no meu canto acontecias
Como o tempo depois te confirmava.
Cada verso era a flor que prometias
No futuro sonhado...
Agora, a lei é outra: principias,
E só então eu canto confiado
Miguel Torga
segunda-feira, 26 de maio de 2008
THE RIP
As she walks in the room,
Centred and tall,
Hesitating once more.
And as I take on myself,
And the bitterness I felt,
Realise that love lost well.
CHORUS
White horses,
They will take me away,
And my tenderness I feel,
Will send the dark underneath,
Will I follow?
Through the glory of life,
I will scatter on the floor,
Dissappointed and sore.
And in my thoughts I have bled,
For the riddles I've been fed,
Another line is over-oh.
Portishead
sexta-feira, 23 de maio de 2008
SEI DE UM RIO
Sei de um rio, sei de um rio
Em que as unicas estrelas nele sempre debruçadas
São as luzes da cidade
Sei de um rio, sei de um rio
Onde a própria mentira tem o sabor da verdade
Sei de um rio...
Meu amor dá-me os teus lábios, dá-me os lábios desse rio
Que nasceu na minha sede, mas o sonho continua
E a minha boca até quando ao separar-se da tua
Vai repetindo e lembrando
Sei de um rio, sei de um rio
Meu amor dá-me os teus lábios, dá-me os lábios desse rio
Que nasceu na minha sede, mas o sonho continua
E a minha boca até quando ao separar-se da tua
Vai repetindo e lembrando
Sei de um rio, sei de um rio
Sei de um rio, até quando
Pedro Homem de Melo - Alain Oulman
quarta-feira, 21 de maio de 2008
terça-feira, 20 de maio de 2008
SILENT LUCIDITY
A doorway that I run to in the night
Relax child, you were there
But only didnt realize it and you were scared
Its a place where you will learn
To face your fears, retrace the tears
And ride the whims of your mind
Commanding in another world
Suddenly, you hear and see
This magic new dimension
Queensrÿche
segunda-feira, 19 de maio de 2008
VAMOS RECICLAR AS ROLHAS
No país que é o maior produtor de cortiça do mundo, e que tem na vinha uma das suas principais culturas, já era tempo de se começar a reciclar rolhas.
Earth Condominium
domingo, 18 de maio de 2008
MEMORIA DA NOITE
sábado, 17 de maio de 2008
DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A HOMOFOBIA
2º lugar na categoria Questões Contemporaneas do World Press Photo.
Fotografia de Zsolt Szigetváry
A propósito deste dia lembrei-me de uma conversa com uma grande amiga em que ela me dizia:
"Sabes uma coisa? Como lésbica, sou para prácticamente todas as religiões do mundo, uma ninfomaníaca tarada e perversa. Para negros, ciganos, orientais, portugueses, estrangeiros e até defecientes sou fufa, camionista, sapatão, macha ou fessureira.Como podes ver a homossexualidade está mesmo no ponto mais baixo das minorias."
Ainda lhe respondi: "Para piorar as coisas partes logo com a desvantagem de seres mulher."
sexta-feira, 16 de maio de 2008
quinta-feira, 15 de maio de 2008
THE RAIN SONG
quarta-feira, 14 de maio de 2008
CML SUSPENDE A FEIRA DO LIVRO
O senhor Paes do Amaral acabou de chegar ao mundo dos livros e já conseguiu dar cabo da Feira do Livro de Lisboa e dar um golpe mortal na do Porto.
Como foi possível deixar o grupo do Sr. Paes do Amaral tomar o controle das maiores editoras portuguesas? Um senhor cujo maior contributo para a cultura portuguesa foi a gestão das "pimbalhadas" da TVI.
DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS
Celebrado desde 1978 por milhares de museus em todo o mundo, o Dia Internacional dos Museus este ano é dedicado ao tema “Museus: Agentes de Desenvolvimento e Transformação Social”. O ICOM-PT convida todos os museus portugueses a desenvolverem actividades e promoverem a reflexão em torno deste papel social dos museus.
terça-feira, 13 de maio de 2008
ANNIE LEIBOVITZ, O IMAGINÁRIO DA DISNEY
sábado, 10 de maio de 2008
A SHORT LOVE STORY
A SHORT LOVE STORY IN STOP MOTION from Carlos Lascano on Vimeo.
Uma belíssima animação de Carlos Lascano ao som de "Hoppipolla" dos Sigur Rós.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
NO REBULIÇO DA CIDADE...
Tardes da minha terra, doce encanto,
Tardes duma pureza de açucenas,
Tardes de sonho, as tardes de novenas,
Tardes de Portugal, as tardes d’Anto,
Como eu vos quero e amo! Tanto! Tanto!...
Horas benditas, leves como penas,
Horas de fumo e cinza, horas serenas,
Minhas horas de dor em que eu sou santo!
Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar...
E a minha boca tem uns beijos mudos...
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar...
Florbela Espanca
Quem disse à estrela o caminho
Que ela há-de seguir no céu?
A fabricar o seu ninho
Como é que a ave aprendeu?
Quem diz à planta
E ao mudo verme que tece
Sua mortalha de seda
Os fios quem lhos enreda?
Ensinou alguém à abelha
Que no prado anda a zumbir
Se à flor branca ou à vermelha
O seu mel há-de ir pedir?
Que eras tu meu ser, querida,
Teus olhos a minha vida,
Teu amor todo o meu bem...
Ai! não mo disse ninguém.
Como a abelha corre ao prado,
Como no céu gira a estrela,
Como a todo o ente o seu fado
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino...
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer.
Almeida Garrett
XXVI
Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Porque sequer atribuo eu
Beleza às coisas.
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe
Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então porque digo eu das coisas: são belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as coisas,
Perante as coisas que simplesmente existem.
Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!
Alberto Caeiro
No meio do rebuliço da cidade, é sempre bom ter um sítio para relaxar.
LES TEMPS DES CERISES
«J'aimerai toujours le temps des cerises
Et le souvenir que je garde au coeur!»
Uma imortal canção de amor que se tornou num dos hinos da Comuna de Paris.
Escrita em 1866 por Jean-Batiste Clément já foi cantada por algumas das maiores vozes do século XX. Eu gosto da versão de Charles Trenet, Nana Mouskoury, Julitte Greco e esta do cantor folk belga Bobbejaan Schoepen e da vocalista dos Hooverphonic Geike Arnaert.
Letra: Jean-Baptiste Clément
Música: A. Renard
quarta-feira, 7 de maio de 2008
L' HERITAGE DU MAI 68
domingo, 4 de maio de 2008
PARA A MINHA MÃE
bebendo-te o perfil
bordando-te o perfil
a ponto-pé-de sombra
e de flor
a ponto-pé-de amor.
Respirar-te o mover
bebendo-te o sorrir
bordando-te o sorrir
a ponto-pé-de parto
e de partir
a ponto-pé-de afago
e de flor:
minha mãe
meu amor.
Maria Teresa Horta
sábado, 3 de maio de 2008
LES MECS DE 68
Foi há 40 anos que um protesto estudantil degenerou numa série de motins e greves que alastrou por toda a França.
De repente as pessoas descobriram que havia uma enorme fome de liberdade.