sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
HOJE APETECE-ME DANÇAR...
«Eu só queria dançar contigo
sem corpo visível
dançar como amigo
se fosse possível
dois pares de sapatos
levantando o pó
dançar como amigo só»
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
ESTE CÉU PASSARÁ
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
AS HORAS EXTRAORDINÁRIAS
Foi a saudade do teu braço
e o olhar que já da luz me dói
trabalhei sem dar p´lo cansaço
horas extraordinárias, foi
um dia que passou num furacão
um furacão que se amainou, só
quando, aparte o amor
eu me vi só
atirando amoeda ao ar
diz-me que cara ou coroa
eu vou ganhar
diz-me quanto eu fiz bem
em me apostar
e que bem fiz em ter por necessárias
as horas extraordinárias
E assim que volto ao meu lugar
reencontro com dor e com prazer
o coração que fiz falar
à máquina de escrever, a ver
ela a dar corda à máquina de amar
e um coração a se amainar, só
quando aparte o amor
eu me vi só
atirando amoeda ao ar
diz-me que cara ou coroa
eu vou ganhar
diz-me quanto eu fiz bem
em me apostar
e que bem fiz em ter por necessárias
as horas extraordinárias
Sérgio Godinho
Imagem: Salvador Dali
BARCO NEGRO
De manhã, que medo, que me achasses feia!
Acordei, tremendo, deitada n'areia
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração.
Vi depois, numa rocha, uma cruz,
E o teu barco negro dançava na luz
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia, que não voltas:
São loucas! São loucas!
Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz qu'estás sempre comigo.
No vento que lança areia nos vidros;
Na água que canta, no fogo mortiço;
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo.
David Mourão-Ferreira
Visto aqui: Pequenos Nadas
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
A PIADA DA NOITE
Ainda a prpósito dos Óscares aqui fica a piada da noite:
"Normally when you see a black man or a woman president, an asteroid is about to hit the Statue of Liberty,” Jon Stewart
AND THE WINNER IS.......ME!
Algumas horas antes de começar a noite de glória destes senhores fui eu o galardoado com mais umprémio blogosférico.
Chamado ao palco, gostaria em primeiro lugar agradecer à juri especial por me ter incluído na sua honrosa lista.
Queria também agradecer a todos os que me visitam e comentam pois sem vocês nada disto faria sentido. Por fim os meus agradecimentos aos meus amigos, primos, tios, colegas e apenas conhecidos.
E um agradecimento muito especial (agora vem a parte sentimental da praxe)aos meus pais pois sem eles estes eu nuncateria existido e por consequência este blogue também não.
Nunca gosto de passar este tipo de prémios porque sinto sempre que cometo injustiças ao excluir alguém. Este prémio é para todos os que por aqui passam.
OBRIGADO, PORRA!
domingo, 24 de fevereiro de 2008
PARAÍSOS
Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do Sol me não constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.
Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!
Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito...
Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.
A Secreta Viagem
No barco sem ninguém, anónimo e vazio,
ficámos nós os dois, parados, de mão dada…
Como podem só dois governar um navio?
Melhor é desistir e não fazermos nada!
Sem um gesto sequer, de súbito esculpidos,
Tornamo-nos reais, e de Madeira, à proa…
Que figures de lenda! Olhos vagos, perdidos…
Por entre nossas mãos, o verde mar se escoa…
Aparentes senhores de um barco abandonado,
nós olhamos, sem ver, a longínqua miragem…
Aonde iremos ter? – Com frutos e pecado,
Se justifica, enflora, a secreta viagem!
Agora sei que és tu quem me fora indicada.
O resto passa, passa…alheio aos meus sentidos.
- Desfeitos num rochedo ou salvos na enseada,
A eternidade é nossa, em Madeira esculpidos!
Rangia entre nós dois a música da areia
Rangia entre nós dois a música da areia
como se fosse Agosto a dedilhar um sistro
Agora está fechada a casa onde te amei
onde à noite uma vez devagar te despiste
Floresça o clavicórdio em pleno mês de Outubro
Na harpa de Setembro entrelaçou-se a vinha
A que vem de repente entre os dois este muro
feito de solidão de sal de marés vivas
Podia conjurar-te a que não me esquecesses
mas é longe do Mar que os navios são tristes
De que serve o convés com a sombra das redes
Quis a tua nudez Não quis que te despisses
Paisagem
Desejei-te pinheiro à beira-mar
para fixar o teu perfil exacto.
Desejei-te encerrada num retrato
para poder-te comtemplar.
Desejei que tu fosses sombra e folhas
no limite sereno desta praia.
E desejei:
Mas frágil e humano grão de areia
não me detive à tua sombra esguia.
(Insatisfeito, um corpo rodopia
na solidão que te rodeia.)
Inscrição sobre as ondas
Mal fora iniciada a secreta viagem,
Um deus me segredou que eu não iria só.
Por isso a cada vulto os sentidos reagem,
Supondo ser a luz que o deus me segredou.
Poemas: David Mourão-Ferreira
Fotografia: National Geographic
sábado, 23 de fevereiro de 2008
PORQUE OS AMIGOS FAZEM SEMPRE FALTA
Há 21 anos que este nos faz falta.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
A FEIRA DOS IMORTAIS
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
RECORDAR GEDEÃO
A um ti que eu inventei
Pensar em ti é coisa delicada.
É um diluir de tinta espessa e farta
e o passá-la em finíssima aguada
com um pincel de marta.
Um pesar grãos de nada em mínima balança,
um armar de arames cauteloso e atento,
um proteger a chama contra o vento,
pentear cabelinhos de criança.
Um desembaraçar de linhas de costura,
um correr sobre lã que ninguém saiba e oiça,
um planar de gaivota como um lábio a sorrir.
Penso em ti com tamanha ternura
como se fosses vidro ou película de loiça
que apenas com o pensar te pudesses partir.
Todo o tempo é de poesia
Desde a névoa da manhã
à névoa do outro dia.
Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia
Todo o tempo é de poesia
Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas qu'a amar se consagram.
Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.
Todo o tempo é de poesia.
Desde a arrumação ao caos
à confusão da harmonia.
António Gedeão
Fotos: Pascal Renoux
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
O MUNDO COMPLETO
Estes gestos de vento,
estas palavras duras como a noite,
estes silêncios falsos,
estes olhares de raiva a apertarem as mãos,
estas sombras de ódio a morderem os lábios,
estes corpos marcados pelas unhas!. . .
Esta ternura inventando desejos na distância,
esta lembrança a projectar caminhos,
este cansaço a retratar as horas!...
Amamo-nos. Sem lírios
sobre os braços,
sem riachos na voz,
sem miragens nos olhos.
Amamo-nos no arame farpado,
no fumo dos cigarros,
na luz dos candeeiros públicos.
O nosso amor anda pela rua
misturado ao buzinar dos carros,
ao relento e à chuva.
O nosso amor é que brilha na noite
quando as estrelas morrem no céu dos aviões.
António Rebordão Navarro
Imagem: Piotr Kowalik
domingo, 17 de fevereiro de 2008
LA MALA EDUCACIÓN
O governo parece apostado em acabar com o ensino artístico público em Portugal?
Mais valia acabar de vez com o conservatório e entregar o negócio a algum empresário amiguinho do PS.
Se queres uma boa educação músical, pagas e bem!
Ex.º Senhor
Presidente da República Portuguesa
Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva
Ex.º Senhor
Primeiro-Ministro de Portugal
Engenheiro José Sócrates
Nós, abaixo assinados, vimos, por este meio, sensibilizar Vs. Exs., enquanto representantes máximos de Portugal, para travarem, dentro do estrito respeito pela Vossas superiores competências, a pretensão do Ministério da Educação de alterar o Sistema Educativo Português, no que à Educação Artística diz respeito, nomeadamente ao Ensino Artístico Especializado, pelo facto de se basearem no relatório final de Estudo de Avaliação do Ensino Artístico, que carece, por falta de rigor metodológico, de validada científica, seja por não englobar, na equipa que o elaborou nenhum artista ou professor de qualquer arte, nem ter realizado o trabalho de campo que se exigia como fundamento junto das cerca de 100 Escolas de Ensino Especializado de música, dança e teatro, públicas e privadas, reconhecidas e financiadas pelo próprio Ministério da Educação.
Cliquem aqui para ler mais e assinar a petição:
http://www.petitiononline.com/prpm/petition.html
Imagem: We have kaos in the garden
sábado, 16 de fevereiro de 2008
AS MÚSICAS QUE ME FIZERAM ABANAR
Ora na minha juventude uma das primeiras músicas que me fez mexer foi esta:
"Up Around the Bend" dos Credence.
Mais tarde na adolescência o que me fazia mexer mesmo eram bandas como AC/DC, Motörhead, Slayer, Kreator e Cia. Representando a fase hard-rock/heavy metal escolhi estas pérolas:
"Back in Black" dos AC/DC
Deep Purple
Dividido entre o metal, o punk e o rock mais alternativo, que na altura se chamava de "vanguarda", tinha que recordar uma das grandes bandas da minha juventude:
Joy Division "Atmosphere"
Na música portuguesa muitos me fizeram dançar: Desde os "Táxi" aos UHF dos primeiros tempos, passando pela, que para mim, foi a melhor banda portuguesa dos anos 80:
Desculpem, não foram os Xutos...
Podiam até ter sido os Peste & Sida ou os Sétima Legião, mas foram os Rádio Macau da Xana e do Flak.
E finalmente como não podia deixar de ser, a maior banda de rock de todos os tempos:
LED ZEPPELIN, "HOUSES OF THE HOLY"
Nâo percebi bem a quantas pessoas era suposto passar o desafio, vou escolher cinco:
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
PRENDA DE S. VALENTIM
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
LITTLE MATCH GIRL
O conto de Andersen pelo Royal Danish Ballet com a maravilhosa música dos Sigur Rós.
THE WILD ROVER
I've been a wild rover for many's the year
I've spent all me money on whiskey and beer
But now I'm returning with gold in great store
And I never will play the wild rover no more
And it's No, Nay, never,
No, nay never no more
Will I play the wild rover,
No never no more
I went in to an alehouse I used to frequent
And I told the landlady me money was spent
I asked her for credit, she answered me nay
Such a customer as you I can have any day
And it's No, Nay, never,
No, nay never no more
Will I play the wild rover,
No never no more
I took up from my pocket, ten sovereigns bright
And the landlady's eyes opened wide with delight
She says "I have whiskeys and wines of the best
And the words that you told me were only in jest"
And it's No, Nay, never,
No, nay never no more
Will I play the wild rover,
No never no more
I'll go home to my parents, confess what I've done
And I'll ask them to pardon their prodigal son
And, when they've caressed me as oft times before
I never will play the wild rover no more
And it's No, Nay, never,
No, nay never no more
Will I play the wild rover,
No never no more
Canção tradicional irlandesa
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
ARREPIANTE!
sábado, 9 de fevereiro de 2008
WORLD PRESS PHOTO
Foto vencedora do World Press Photo 2007 da autoria de Tim Hetherington para a Vanity Fair.
Aqui: As melhores fotografias de 2007
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
MAGRITTE
Rene & Georgette Magritte With Their Dog After The War
Rene and georgette magritte
With their dog after the war
Returned to their hotel suite
And they unlocked the door
Easily losing their evening clothes
They danced by the light of the moon
To the penguins, the moonglows
The orioles, and the five satins
The deep forbidden music
Theyd been longing for
Rene and georgette magritte
With their dog after the war
Rene and georgette magritte
With their dog after the war
Were strolling down christopher street
When they stopped in a mens store
With all of the mannequins dressed in the style
That brought tears to their immigrant eyes
Just like the penguins, the moonglows
The orioles, and the five satins
The easy stream of laughter
Flowing through the air
Rene and georgette magritte
With their dog apres la guerre
Side by side
They fell asleep
Decades gliding by like indians
Time is cheap
When they wake up they will find
All their personal belongings
Have intertwined
Oh rene and georgette magritte
With their dog after the war
Were dining with the power elite
And they looked in their bedroom drawer
And what do you think
They have hidden away
In the cabinet cold of their hearts?
The penguins, the moonglows
The orioles, and the five satins
For now and ever after
As it was before
Rene and georgette magritte
With their dog after the war
Paul Simon
SERMÃO AOS PEIXES
Sermão de St.º António aos peixes.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
O ENTRUDO CHOCALHEIRO
Os caretos e as matrafonas são endiabrados mas pelo menos aqui não há gatos metidos ao barulho.
Os caretos são jovens da terra vestidos de cores vivas, com chocalhos à cintura e máscaras de latão. estas figuras percorrem a aldeia e ninguém está a salvo das suas tropelias. As moças são são as suas principais vítimas, quando apanhadas são devidamente "chocalhadas". O chocalhar consiste numa espécie de dança que faz os chocalhos bater nas ancas das meninas.
O Carnaval em Podence
Entrudo
Ó entrudo Ó entrudo
Ó entrudo chocalheiro
Que não deixas assentar
as mocinhas ao solheiro
Eu quero ir para o monte
Eu quero ir para o monte
Que no monte é qu'eu estou bem
Que no monte é qu'eu estou bem
Eu quero ir para o monte
Eu quero ir para o monte
Onde não veja ninguém
Que no monte é qu'eu estou bem
Estas casa são caiadas
Estas casa são caiadas
Quem seria a caiadeira
Quem seria a caiadeira
Foi o noivo mais a noiva
Foi o noivo mais a noiva
Com um ramo de laranjeira
Quem seria a caiadeira
José Afonso
O CARNAVAL NO MUNDO
Duesseldorf, Alemanha
Zell am Harmersbach, Alemanha
Barranquilla, Colombia
Mohacs, Hungria
Fotos: Reuters
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
HOMENAGEM AO MALANDRO
À nata da malandragem
Que conheço de outros carnavais
Eu fui à Lapa e perdi a viagem
Que aquela tal malandragem
Não existe mais
Agora já não é normal
O que dá de malandro regular, profissional
Malandro com aparato de malandro oficial
Malandro candidato a malandro federal
Malandro com retrato na coluna social
Malandro com contrato, com gravata e capital
Que nunca se dá mal
Mas o malandro pra valer
- não espalha
Aposentou a navalha
Tem mulher e filho e tralha e tal
Dizem as más línguas que ele até trabalha
Mora lá longe e chacoalha
Num trem da Central
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça "Ópera do malandro"
ESTE BLOG NÃO ME SAI DA CABEÇA
sábado, 2 de fevereiro de 2008
PAÇO DE SINTRA ENTREGUE À BICHARADA
O fotógrafo francês Thierry des Ouches traz a Sintra uma exposição composta por 52 fotografias, em tamanho gigante, de animais de quinta. Promovida pela Câmara de Sintra, esta mostra está patente de 1 de Fevereiro a 31 de Março, no Largo do Palácio da Vila.
Com o seu inigualável talento, Thierry des Ouches captou imagens de mais de 150 espécies no seu habitat natural, e estes extraordinários retratos, bem como, a sensação de um encontro “frente-a-frente”, fazem-nos sentir toda a candura e frescura dos animais da quinta.Vista por milhares de pessoas, a exposição já passou pelas mais famosas artérias de algumas das grandes cidades francesas, como Paris, Rouen, Dijon e Lyon.
Texto: Câmara Municipal de Sintra
Fotos: Les Animaux de la Ferme