domingo, 16 de março de 2008

AMEI...


Amei. E quem é que não amou?
Dei-me a todos os prazeres;
Quem é que ao prazer se nega?
- Sim, jamais um prazer se rejeitou!

Mas, acabei.

Depois da juventude
Vem a idade madura,
- Tudo nos sabe a derrota.

Meus cabelos foram loiros
Como aqueles - de entre tantos que beijei,
Como aqueles que eu prefriro!

Nem a vida me conhece.

Cantei. Agora, suspiro.

António Botto
"As Canções"
Imagens: Maria José Amorim, Olhares.com

7 comentários:

wind disse...

Belo poema de Botto que relata a realidade do envelhecimento.
Beijos

vieira calado disse...

O António foi para o Brasil e aí morreu.
Tem poemas muito interessantes como aquele:

(...)
mas um homem como tu
lavadinho
e todo nu

não desgosto
até gosto.
(...)

Um abraço

João Roque disse...

O António Botto, já o disse várias vezes, foi o grande poeta maldito português do século XX; o poema falado no comentário anterior é delicioso, na integra, mas de dificil "publicação" num blog...
Abraço.

avelaneiraflorida disse...

António Botto é especial!!!!

a Imagem escolhida é excelente!!!!

Bjkas!!!

Anônimo disse...

Um belo poema, sem dúvida, mas...
A vida não pára com o passar do tempo, pelo contrário ganha novos horizontes...

Alma Nova ® disse...

Mal de quem páre no tempo...esse que nos dá sempre mais tempo para amar!

Manhosa disse...

Amar é uma necessidades do ser humano...
Só envelhece quem deixar de amar...
Bjs.

manhosalobavirtual.blog.terra.com.br