terça-feira, 23 de dezembro de 2008

NATAL À BEIRA-RIO


É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?


David Mourão-Ferreira
Fotografia: Olhares

Enviado por uma amiga

Desculpem não vos saudar pessoalmente nos vossos cantinhos, mas deixo aqui os meus desejos de

FELIZ NATAL PARA TODOS

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

MAIS UM DESAFIO


Olá meus amigos estou de volta porque o desafio do Miguel não podia ficar sem resposta.
Ora aí vai:

Segundo o artº [1234] de 21-11-2008, referente ao presente desafio, os abaixo enumerados deverão apresentar:

I - Uma foto individual (tirada por outra pessoa, e não por vós)
II - Escolher uma banda/artista de eleição (é difícil, até tenho medo que os outros não escolhidos fiquem ofendidos!)
III - Responder às questões, usando somente títulos de canções do artista/banda escolhido (é o que demora mais tempo..)
IV - Desafiar 4 outros bloggers para cumprirem estes pontos e passarem a outro e não ao mesmo.

I - Aí está uma foto tirada pela minha amiga Sandra no final do último concerto do Peter Murphy no Coliseu.

II- É público que os Led Zeppelin são a minha banda preferida de sempre, mas ultimamente só tenho ouvido uns senhores chamados Porcupine Tree. O som faz lembrar um pouco o rock progressivo dos anos 70, por vezes com um pouquinho de metal à mistura.

III- As questões, esta é que é a parte difícil e interessante: Têm o link do You Tube em baixo para ouvirem as canções, valem bem a pena, nem que seja só pelos vídeos.

1) És homem ou mulher?
Not a Woman or a boy, I'm a "Radioactive Toy"

2) Descreve-te:
"Not Beautifull Anymore"

3) O que as pessoas acham de ti?
"Sentimental" aka "Normal" (vídeo belíssimio)

4) Como descreves o teu último relacionamento:
"My Ashes" (canção lindíssima)

5) Descreve o estado actual da tua relação:
"Arriving Somewhere not Here"

6) Onde querias estar agora?
"Jupiter Island" , "Just take my hand and we'll fly"

7) O que pensas a respeito do amor?
"Nine Cats dance on the moon"

8) Como é a tua vida?
"Fear of a Blank Planet" (grande malha, grande álbum!)

9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo?
"Way Out of Here" - "Way out" deste país da tanga com governantes de m... onde o crime e a vigarice compensam sempre.

10) Escreve uma frase sábia:

"Always the summers are slipping away
Find me a way for making it stay"

De "Trains" - Porcupine Tree

IV- A última parte é aquela em que me baldo sempre, o desafio fica por aqui para quem lhe quiser pegar.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

domingo, 26 de outubro de 2008

STRANGE KIND OF LOVE



Vou dar um pouco de descanso aos Porcupine Tree, há semanas que não ouço outra coisa. Hoje trago aqui, um grande senhor da música que nos vem visitar no próximo dia 1. Como até é feriado vou fazer uma pausa na minha reclusão para dar um pulinho ao Coliseu dos Recreios em Lisboa.
Desculpem se parece que ando afastado do vossos cantinhos. Continuo a visitar-vos via google reader, mas não tenho mesmo tempo para vos comentar, pois a minha vida tem sido inteiramente dedicada ao trabalho e ao estudo dos austrolopitecos, egípcios, gregos, romanos e afins.

sábado, 25 de outubro de 2008

ASHES AND SNOW



“In exploring the shared language and poetic sensibilities of all animals, I am working towards rediscovering the common ground that once existed when people lived in harmony with animals. The images depict a world that is without beginning or end, here or there, past or present.”
—Gregory Colbert, Creator of Ashes and Snow

Site: Ashes and Snow

Mais sobre esta exposição no Imaginens

terça-feira, 21 de outubro de 2008

UMA BALEIA VÊ OS HOMENS


Sempre tão atarefados, e com longas barbas que agitam com frequência. E como são pouco redondos, sem a majestosidade das formas acabadas e suficientes, mas com uma pequena cabeça móvel onde parece concentrar-se toda a sua estranha vida. Chegam deslizando sobre o mar mas não nadam, quase como se fossem pássaros, e infligem a morte com fragilidade e graciosa ferocidade. Permanecem longo tempo em silêncio, mas depois entre eles gritam com fúria repentina, com um amontoado de sons que quase não varia e aos quais falta a perfeição dos nossos sons essenciais: chamamento, amor, pranto de luto. E como deve ser penoso o seu amar-se: e áspero, quase brusco, imediato, sem uma macia capa de gordura, favorecido pela sua natureza filiforme que não prevê a heróica dificuldade da união nem os magníficos e ternos esforços para a realizar.

Não gostam da água e têm medo dela, e não se percebe porque a frequentam. Também eles andam em bandos mas não levam fêmeas e adivinha-se que elas estão algures, mas são sempre invisíveis. Às vezes cantam, mas só para si, e o seu canto não é um chamamento, mas uma forma de lamento angustiado. Cansam-se depressa, e quando cai a noite estendem-se sobre as pequenas ilhas que os transportam e talvez adormeçam ou olhem para a lua. Vão-se embora deslizando em silêncio e percebe-se que são tristes.

António Tabucchi, "Mulher de Porto Pim" Difel, 1998
Trad. Maria Emília Marques Mano
Foto: Gregory Colbert, "Ashes and Snow"

domingo, 12 de outubro de 2008

A PUTA


Quero conhecer a puta.
A puta da cidade. A única.
A fornecedora.
Na rua de Baixo
Onde é proibido passar.
Onde o ar é vidro ardendo
E labaredas torram a língua
De quem disser: Eu quero
A puta
Quero a puta quero a puta.

Ela arreganha dentes largos
De longe. Na mata do cabelo
Se abre toda, chupante
Boca de mina amanteigada
Quente. A puta quente.

É preciso crescer esta noite inteira sem parar
De crescer e querer
A puta que não sabe
O gosto do desejo do menino
O gosto menino
Que nem o menino
Sabe, e quer saber, querendo a puta.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 11 de outubro de 2008

HISTÓRIA

Historia, 1892
Nikolaus Gysis (1842-1901)


D. Pedro, Regente de Portugal

Claro em pensar, e claro no sentir,
É claro no querer;
Indiferente ao que há em conseguir
Que seja só obter;
Dúplice dono, sem me dividir,
De dever e de ser —


Não me podia a Sorte dar guarida
Por não ser eu dos seus.
Assim vivi, assim morri, a vida,
Calmo sob mudos céus,
Fiel à palavra dada e à idéia tida.
Tudo o mais é com Deus!

Fernando Pessoa
"Mensagem"

"O Príncipe das Sete Partidas" foi umas das mais cultas e esclarecidas pessoas do seu tempo. Tornou-se regente de portugal após a morte do seu irmão D. Duarte. Quando D. Afonso V subiu ao trono, D. Pedro foi vítima de várias intrigas palacianas que o levaram a entrar em confronto com o jovem monarca. Os dois defrontam-se a 20 de Maio de 1449 na Batalha da Alfarrobeira onde D. Pedro perde a vida.

Meu caro amigo Guardião, arquitecturas e "inginharias" não fazem os meus gostos, a minha devoção tende mais para as Ciências Sociais.

Mandillo, acho que por este post dá para adivinhar qual o curso que escolhi. Desde muito jovem que tenho a paixão da História e o período da Dinastia de Avis é dos que mais me encantam.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

DESAPARECIDO!

Porcupine Tree - Way Out of Here

Olá meus amigos, queria agradecer as mensagens de alguns de vocês que se preocuparam com a minha ausência da blogosfera. Este post é para vos deixar descansados pois ainda não fui levado pela crise. No entanto este blogue vai continuar muito irregular, nem vou ter muito tempo para vos visitar. O motivo é que iniciei uma nova etapa da minha vida e voltei aos estudos. Se conjugar a faculdade com o trabalho já não é fácil, acrescentando o vício da blogosfera é prácticamente impossível. Assim cada vez mais vai escasseando a minha presença por aqui, no entanto apareçam de vez em quando, pode haver novidades.

Entretanto este belíssimo, mas um pouco deprimente vídeo, não tem nada a ver com o meu estado de espírito e sim com o grande concerto dos Porcupine Tree, ontem à noite na Incrível Almadense.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

CENTENÁRIO DO FORD T


1 de Outubro de 1908, Henry Ford, lança o seu Ford T.
Entre 1908 e 1927 foram produzidas 15.007.003 unidades.

O mítico automóvel possuía um motor de quatro cilindros, uma potência de 20 cv e duas velocidades: Uma para a frente, outra para trás. A sua velocidade máxima eram uns alucinantes 55 km/h.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

WISH YOU WERE HERE

Richard Wright (28 Junho 1943 - 15 Setembro 2008)

So, so you think you can tell Heaven from Hell,
blue skies from pain.
Can you tell a green field from a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
And did they get you to trade your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
And did you exchange a walk on part in the war for a lead role in a cage?
How I wish, how I wish you were here.
We're just two lost souls swimming in a fish bowl, year after year,
Running over the same old ground.
What have you found? The same old fears.
Wish you were here.

Pink Floyd

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

WAKE UP DEAD MAN

Golgotha, 1900
Edvard Munch (1863-1944)

Quando uma versão é melhor que o original. Perdoem-me os fãs de U2.

Jesus, Jesus help me
I'm alone in this world
And a fucked up world it is too
Tell me, tell me the story
The one about eternity
And the way it's all gonna be


Wake up, wake up dead man
Wake up, wake up dead man


Jesus, I'm waiting here boss
I know you're looking out for us
But maybe your hands aren't free
Your father, He made the world in seven
He's in charge of heaven
Will you put in a word in for me


Wake up, wake up dead man
Wake up, wake up dead man


Listen to your words they'll tell you what to do
Listen over the rhythm that's confusing you
Listen to the reed in the saxophone
Listen over the hum of the radio
Listen over sounds of blades in rotation
Listen through the traffic and circulation
Listen as hope and peace try to rhyme
Listen over marching bands playing out their time


Wake up, wake up dead man
Wake up, wake up dead man


Jesus, were you just around the corner
Did You think to try and warn her
Or are you working on something new
If there's an order in all of this disorder
Is it like a tape recorder
Can we rewind it just once more


Wake up, wake up dead man
Wake up, wake up dead man
Wake up, wake up dead man

U2, "Pop", 1997
Versão de Maria João e Mário Laginha
"Undercovers" 2002

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

ESTÁDIO DE CHILE

Bombardeamento do Palácio La Moneda, durante o golpe de estado de 1973

Somos cinco mil
nesta pequena parte da cidade.
Somos cinco mil,
quantos seremos no total,
nas cidades e em todo o país?
Só aqui dez mil mãos que semeiam
e fazem andar as fábricas.

Quanta humanidade,
com fome, frio, pânico, dor
pressão moral, terror e loucura!

Seis de nós se perderam
no espaço das estrelas.

Um morto, um espancado como jamais imaginei
que se pudesse espancar um ser humano.
Os outros quatro quiseram livrar-se de todos os temores
um saltando no vazio,
outro batendo a cabeça contra a parede,
mas todos com o olhar fixo da morte.

Que espanto causa o rosto do fascismo!
Levam a cabo os seus planos com precisão fantástica,
sem que nada lhes importe.
O sangue, para eles, são medalhas.
A matança é acto de heroísmo.
É este o mundo que criaste, meu Deus?
Para isso os teus sete dias de assombro e trabalho?
Nestas quatro muralhas só existe um número
que não cresce
e que lentamente quererá mais a morte.

Mas prontamente me golpeia a consciência
e vejo esta maré sem pulsar,
mas com o pulsar das máquinas
e os militares mostrando seu rosto de matrona,
cheio de doçura.

E o México, Cuba e o mundo?
Que gritem esta ignomínia!
Somos dez mil mãos a menos
que não produzem.
Quantos somos em toda a pátria?

O sangue do companheiro Presidente
golpeia mais forte que bombas e metralhas.
Assim o nosso punho golpeará novamente.


Como me sai mal o canto
quando tenho que cantar o espanto!
Espanto como o que vivo
como o que morro, espanto.
De ver-me entre tantos e tantos
momentos do infinito
em que o silêncio e o grito
são as metas deste canto.
O que vejo nunca vi,
O que tenho sentido e o que sinto
Fará brotar o momento...”

Victor Jara (Estádio de Chile, 1973)

Poema escrito pelo cantor chileno Victor Jara, durante a sua prisão no Estádio Chile, improvisado campo de concentração, montado pelos militares golpistas de Pinochet, após o golpe de 11 de Setembro.

PARABÉNS RAPAZES!


Já há medalhas em Pequim: João Paulo Fernandes renovou o título olímpico enquanto António Marques ficou com a prata.

Portugal volta a afirmar-se como uma potência mundial no Boccia.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

NÃO HÁ FESTA COMO ESTA!


Tocá Rufar


Olá, meus amigos, cá estou eu de volta de mais uma grande Festa do Avante.
Na sexta-feira, às 18 horas em pontos as portas da festa abriam e os primeiros visitantes são logo saudados por uma chuva miudinha, que parecia estar mesmo á espera da abertura. O dilúvio que se seguiu fez com que perdesse o espéctáculo de abertura, que pela primeira vez, trazia a ópera à Festa.

Mais uma vez a Festa trouxe um excelente cartaz até à Atalaia. Os Galandum Galandaina, há muito que lutam pela pela cultura e modo de vida das terras de Miranda do Douro, deram um grande concerto com os Toques do Caramulo. O Nuno Mindelis trouxe os blues com um cheirinho a Brasil. Também excelentes, os Vieux Farka Touré e o Júlio Pereira que já há muito que não o via ao vivo. Para o fim do dia ficaram os sempre explosivos Da Weaseal.

No Espaço Internacional, o PCE dava paelha grátis


No domingo havia os Xutos, que sem deslumbrar, deram mais um excelente concerto com a Big Bang Hot Club. Quem deslumbrou foram mesmo os Terrakota e os Wraygunn, com um Paulo Furtado completamente louco a navegar e fazer crowd surfing pelo meio do público.

No Pavilhão central, uma memória viva da resistência: Um senhor, de considerável idade explicava aos passantes como funcionava o velho prelo onde se imprimia o Avante na clandestinidade. Uma delícia ouvir e reviver velhas histórias de resistência e de como se fintava a constante vigilância da PIDE.


NÃO HÁ FESTA COMO ESTA!

Em breve haverá mais fotos da Festa no Imaginens

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

ATÉ JÁ!


Meus amigos, volto para a semana. Entretanto, apartir de sexta-feira, podem-me encontrar por aqui.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

EL FUSILADO

Zapata, 1931
Diego Rivera (1886-1957)

Listen close to this crooked mouth
For my story I will tell–o
Lived in Mexico by the name of Wenseslao Moguel–o
Left my home in Santiago
The heart of the city of Merida
Served with my brothers and sisters all
For the army of Pancho Villa

Stand me straight against the nearest wall
Line up your bravest soldiers oh
Ten good shots I’ll take them all
They call me El Fusilado

The Federales captured me
Bound up my arms with wire
Officer comes he says “Take your aim –
Steady your guns and fire!”
Bullet holes all across my chest
Ripped up my shirt and my body–o
Heart beat on through the silenced guns
To the rhythm of life inside me–o

Stand me straight against the nearest wall
Line up your bravest soldiers oh
Ten good shots I’ll take them all
They call me El Fusilado

Fell to the ground the officer came
One last shot to the head­–o
Heard through the pain as he walked away
And left me there for dead–o
All went quiet so I crawled away
I wasn’t giving up to the glory
Ten good shots I took them all
And lived to tell my story

Stand me straight against the nearest wall
Line up your bravest soldiers oh
Ten good shots I’ll take them all
They call me El Fusilado.

Chumbawamba
"The Boy Bands Have Won", 2008

A música conta a história real de Wenceslau Moguel, um revolucionário que lutou ao lado das forças de Pancho Villa. No dia 18 de Março de 1915, foi capturado pelos "federales" e sumáriamente fusilado. Depois de trespassado por várias balas, ainda sobreviveu ao tiro de misericórdia do capitão. Foi dado como morto e abandonado. Viveu o resto dos seus dias percorrendo os Estados Unidos contando a sua história.

domingo, 31 de agosto de 2008

QUERIA TER O SOL SÓ PARA MIM


Queria ter o sol só para mim. Tê-lo de forma a dele poder de vez em quando ceder parte apenas a um dos meus mais íntimos amigos.

Luís Miguel Nava

sábado, 30 de agosto de 2008

MORCEGOS NA WEB

Morcego-de-Peluche, Miniopterus schreibersii

Esta postagem, à semelhança de outras anteriores, tem como principais objectivos divulgar e acabar com alguns preconceitos contra certos animais.

As lendas do Conde Drácula e o facto de haver algumas espécies que se alimentam do sangue de outros mamíferos, contribuíram para alimentar a má fama dos morcegos.
O certo é que, além de ajudarem na polinização de muitas espécies vegetais, os morcegos são muito úteis no controlo de certas pragas de insectos, evitando muitas vezes o uso de insecticidas químicos sempre nefastos ao ambiente.


Morcego-de-ferradura-mourisco, Rhinolophus mehelyi

«No mundo existem mais de 1000 espécies de morcegos e, em Portugal Continental, existem 24 espécies, que representam 40 por cento da fauna de mamíferos terrestres do país.Nove das espécies existentes em Portugal são classificadas como criticamente em perigo, em perigo, ou como vulneráveis no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (2005).»

Morcegos na Web

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

PRÉMIO DARDOS


Recebi este prémio do amigo Miguel, do Blogue A Minha Matilde e Cia. O Prémio Dardos pretende homenagear a criatividade, a inteligência e a cultura na blogosfera. .
Um grande obrigado para ti Miguel por te lembrares de mim.

A tradição obrigava-me a passar este prémio a mais 13 nomeados. Desculpa Miguel, mas como de costume, deixo-o por aqui para quem o quiser levar.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

WALL-E



Um planeta árido, humanos balofos dependentes das máquinas que fazem tudo por eles.
Realidade ou ficção?

No meio disto tudo uma delíciosa história de amor entre dois robots.

Site Oficial: Wall-E

terça-feira, 26 de agosto de 2008

ADEUS CEGONHA


Adeus Cegonha nos vinte anos da morte de Carlos Paião

Olá cegonha, gosto de ti!
Há quanto tempo, te não via por ai!
Nem teus ninhos nos telhados,
Nem as asas pelo ceu!
Olá cegonha! que aconteceu?

Ainda me lembro de ouvir-te dizer,
Que tu de longe os bebes vinhas trazer!
Mas os homens vao crescendo,
E as cegonhas a morrer!
Ainda me lembro...nao pode ser!

Adeus cegonha, tu vais voar!
E a gente sonha...é bom sonhar!
No teu destino, por nos traçado!
Leva o menino, que é pequenino, toma cuidado!

Adeus cegonha, adeus lembranças...
A gente sonha, como crianças!
Faz outro ninho, no som dos ceus!
Vai de mansinho, mas pelo caminho, diz-nos adeus!

Adeus cegonha, tu vais voar!
E a gente sonha... é bom sonhar!
No teu destino, por nós traçado...
Leva o menino que é pequenino,toma cuidado!
Leva o menino... mas tem cuidado!

Carlos Paião
Foto: Olhares

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

domingo, 24 de agosto de 2008

AINDA BRESSON

Como prometi ao Pinguim aqui está um belo casal de namorados fotografado por Bresson.

OS MORALISTAS DO COSTUME

Aqui no Bairro é tudo ao natural, a arte não é censurada. Por cá não há qualquer pudor em mostrar maminhas e pilinhas por isso eis o famoso quadro de Tiepolo que o púdico hipócrita do Sr. Berlusconi substituiu por uma réplica com o seio tapado.
Segundo o dito senhor, aquela maminha à mostra desviava as atenções na sala de conferências.



A Verdade desvendada pelo Tempo
Giambattista Tiepolo
(1696-1770)

Neste quadro a Verdade aparece com um espelho na mão, que reflete a sua nudez, forçando a Mentira, ao seu lado, a fechar os olhos. A partir desta história tirem as vossas conclusões.


Infelizmente não consegui encontrar as estátuas de Caim e Abel expostas na pequena cidade italiana de Ortesi, que costumam ser retiradas da rua por alturas da procissão anual da localidade. Parece que as figuras dos dois irmãos desavindos possuem uns genitais um nadinha exagerados que perturbam o recato da cerimónia.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

CARTIER-BRESSON, UM SÉCULO DE FOTOGRAFIAS




O mestre com a sua Leica, a máquina de sempre.

Mais fotos de Cartier-Bresson no Imaginens

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

UMA PRIMAVERA QUE NUNCA CHEGOU AO VERÃO


Há quarenta anos os tanques soviéticos calavam o grito de liberdade de um povo.


Faz hoje precisamente 40 anos que os tanques da União Soviética esmagaram os ventos de mudança da Primavera de Praga, liderada por intelectuais reformistas do Partido Comunista da Checoslováquia, onde se destacou Alexander Dubcek.
Foram oito meses de uma brisa liberal, apoiada pela população, um período de abertura e esperança para todos os checos.

A nova direcção do Partido Comunista da Checoslováquia, chefiada por Alexander Dubcek, tornou pública uma série de reformas democráticas que alargavam as liberdades políticas e sociais no país.

Nesta altura foi também determinada a federalização da Checoslováquia em duas repúblicas distintas. Essa, aliás, foi a única reforma da Primavera de Praga que sobreviveu.

O objectivo de Alexander Dubcek era remover todos os vestígios de despotismo, que considerava uma aberração do sistema socialista imposto ao país pela URSS, após a Segunda Guerra Mundial (1941-1945).

Perante as mudanças, a Rússia enviou tanques e tropas de países do Pacto de Varsóvia para acabar com essa ameaça à hegemonia política da União Soviética.

Na noite de 20 para 21 de Agosto de 1968 sete mil tanques entraram na Checoslováquia. O exército desmobilizou por ordem do poder, mas o povo continuou a lutar.

O primeiro-ministro Ducchek foi preso, assim como outros dirigentes checos. No conflito morreram 72 checoslovacos.

Texto: TSF
Fotos: Josef Koudelka

terça-feira, 19 de agosto de 2008

HOMENAGEM A LORCA


La Carmen está bailando
por las calles de Sevilla.
Tiene blancos los cabellos
y brillantes las pupilas.

¡Niñas,
corred las cortinas!

En su cabeza se enrosca
una serpiente amarilla,
y va soñando en el baile
con galanes de otros días.

¡Niñas,
corred las cortinas!

Las calles están desiertas
y en los fondos se adivinan,
corazones andaluces
buscando viejas espinas.

¡Niñas,
corred las cortinas!

Federico Garcia Lorca



Para os nacionalistas espanhóis o grande poeta e dramaturgo espanhol era "mais poderoso com a caneta que muitos com o revólver". A famosa frase teria sido proferida pelo mesmo deputado católico que denunciou a presença do escritor em Granada onde irónicamente procurara refúgio.

Por ser uma voz incómoda para os nacionalistas, Lorca foi preso e cruelmente executado no dia 19 de agosto de 1936, sendo uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola. Posteriormente, um dos seus carrascos veio gabar-se de ter disparado duas balas no ânus do poeta por este ser homossexual.


El río Guadalquivir
va entre naranjos y olivos.
Los dos ríos de Granada
Bajan de la nieve al trigo.

¡Ay, amor
que se fue y no vino!
El río Guadalquivir
Tiene las barbas granates,
los dos ríos de Granada
uno llanto y otro sangre

Federico Garcia Lorca

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

HERE'S TO YOU, RONNIE DREW



Foi através dos Pogues que eu e muitos da minha geração tiveram o primeiro contacto com a música irlandesa em geral e com os Dubliners em particular.

Em 1962, quando formou o seu The Ronnie Drew Group (futuros Dubliners), o músico e compositor irlandês, mal sonhava que se iriam tornar numa das mais populares bandas irlandesas de sempre.

Já há algum tempo que se sabia que o grande trovador padecia de cancro. Ronnie faleceu no passado dia 16 de Agosto, a um mês de completar os seus 74 anos.

Já sinto saudades daquelas barbas brancas e do que eu pulei ao som de Drew e dos Dubliners numa distante Festa do Avante no início dos anos 90.

O 16 de Agosto de 2008, fica como o triste dia em que desapareceram duas das maiores lendas da música popular.

A PRATA FOI OURO


PARABÉNS VANESSA!

domingo, 17 de agosto de 2008

É DOCE MORRER NO MAR


É doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar

A noite que ele não veio foi,
Foi de tristeza pra mim
Saveiro voltou sozinho
Triste noite foi pra mim

É doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar

Saveiro partiu de noite, foi
Madrugada não voltou
O marinheiro bonito
Sereia do mar levou.

É doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar

Nas ondas verdes do mar, meu bem
Ele se foi afogar
Fez sua cama de noivo
No colo de Iemanjá

Dorival Caymmi (1914-2008)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A D. JOÃO I, O DE BOA MEMÓRIA


14 de Agosto de Agosto de 1385, o exército português Comandado por D. João I e pelo Condestável D. Nuno Álvares Pereira, defronta as tropas de Juan I de Castela naquela que viria a ser conhecida como a batalha de Aljubarrota.

«Estavam pelos muros, temerosas,
E de um alegre medo quase frias,
Rezando as mães, irmãs, damas e esposas,
Prometendo jejuns e romarias.
Já chegam as esquadras belicosas
Defronte das amigas companhias,
Que com grita grandíssima os recebem,
E todas grande dúvida concebem

Respondem as trombetas mensageiras,
Pífaros sibilantes e atambores;
Alférezes volteam as bandeiras,
Que variadas são de muitas cores.
Era no seco tempo, que nas eiras
Ceres o fruto deixa aos lavradores,
Entra em Astreia o Sol, no mês de Agosto,
Baco das uvas tira o doce mosto.


Deu sinal a trombeta Castelhana,
Horrendo, fero, ingente e temeroso;
Ouviu-o o monte Artabro, e Guadiana
Atrás tornou as ondas de medroso;
Ouviu-o o Douro e a terra Transtagana;
Correu ao mar o Tejo duvidoso;
E as mães, que o som terríbil escutaram,
Aos peitos os filhinhos apertaram. »

Luís Vaz de Camões
Os Lúsiadas, Canto IV, 26 a 28




A vitória lusa permitiu a D. João I, O de Boa Memória, a consolidação do seu reinado. Curiosamente, este, que foi um dos maiores monarcas da nação, morreu exactamente 48 anos depois, a 14 de Agosto de 1433.

A POESIA DA VIDA



A poesia é a vida? pois claro!
Conforme a vida que se tem o verso vem
- e se a vida é vidinha, já não há poesia
que resista. O mais é literatura,
libertinura, pegas no paleio;
o mais é isto: o tolo de um poeta
a beber, dia a dia, a bica preta,
convencido de si, do seu recheio...
A poesia é a vida? Pois claro!
Embora custe caro, muito caro,
e a morte se meta de permeio.

Alexandre O'Neill

quarta-feira, 13 de agosto de 2008