Quero conhecer a puta.
A puta da cidade. A única.
A fornecedora.
Na rua de Baixo
Onde é proibido passar.
Onde o ar é vidro ardendo
E labaredas torram a língua
De quem disser: Eu quero
A puta
Quero a puta quero a puta.
Ela arreganha dentes largos
De longe. Na mata do cabelo
Se abre toda, chupante
Boca de mina amanteigada
Quente. A puta quente.
É preciso crescer esta noite inteira sem parar
De crescer e querer
A puta que não sabe
O gosto do desejo do menino
O gosto menino
Que nem o menino
Sabe, e quer saber, querendo a puta.
Carlos Drummond de Andrade
10 comentários:
Um dos mais conhecidos e emblemáticos poemas de CDA.
Beijos
É lindo! E carinhoso.... sinceramente.
Não conhecia ...
Forte e apaixonante ...!
Um abraço da M&M & Cª!
E viva à PUTA!
Querer o que não se deve, crescer dentro de si mesmo.
Um beijo para ti.
PS: Já sei que andas atarefado por uma boa causa! Força! E Vontade de ferro!
Abraço
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Obrigado!
Não sabia que o poeta tinha escrito um poema a uma puta.
Obrigado.
Adicionei-te...
desconhecia o poema.
forte!
Nao conhecia o poema. Já o li várias vezes, mas venho cá sempre para o tornar a ler.
Um dia levo-o...
O sapato é lindíssimo.
Este Papagueno tem muito bom gosto.
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