Your Personality is Somewhat Rare (ISFP) |
Your personality type is caring, peaceful, artistic, and calm. Only about 7% of all people have your personality, including 8% of all women and 6% of all men You are Introverted, Sensing, Feeling, and Perceiving. |
sábado, 31 de março de 2007
TESTE A SUA PERSONALIDADE
PASIÓN
PASIÓN
No, no digas que yo me muero
Amor, mi vida es sufrimiento
Yo te quiero en mi camino
Por vos cambiaba mi destino
Ay, abrazame esta noche
Y aunque no tengas ganas
Prefeiero que me mientas
Tristes breves nuestras vidas
Acercate a mí, abrazame a ti por Dios
Entregate a mis brazos
Tengo un corazón ganando
Yo sé que vos me estas escuchando
Con mis lagrimas te quiero
Pasión, sos mi amor sincero
Ay, abrazame esta noche
Y aunque no tengas ganas
Prefeiero que me mientas
Tristes breves nuestras vidas
Acercate a mí, abrazame a ti por Dios
Entregate a mis brazos
Rodrigo Leão/ Lula Pena
sexta-feira, 30 de março de 2007
ADEUS IPPAR
NOITE ESTRELADA
quinta-feira, 29 de março de 2007
AMOR ERRANTE
Amor errante, por onde anda
Há tanto tempo, amor errante
Sinto o teu vento, sempre distante
Sem um lamento
Sem parar nem pensar
Ao partir e voltar
Para sempre hás-de errar
Onde o vento soprar
Amor distante, por quem eu espero
Contando o tempo de cada instante
Para sempre hás-de errar
Onde o vento soprar
Amor errante, por quem demoras
Há tanto tempo, amor distante
Eu conto as horas, amor errante
Ainda há tempo para voltar
Meu amor tão distante
Onde te leva o vento
Meu amor tão distante
Volto e volto ao tempo
Diva
quarta-feira, 28 de março de 2007
Historia tragica com final feliz
Algumas pessoas são diferentes das outras, quando tudo que querem é ser iguais. Há pessoas que passam a vida toda escondendo suas diferenças enquanto outras pessoas assumem sua originalidade...
QUANDO EU MORRER
quero a luz e o trigo das tuas mãos amadas
passando uma vez mais em mim sua frescura:
sentir a suavidade que mudou meu destino.
Quero que vivas enquanto eu, dormindo, te espero,
quero que os teus ouvidos fiquem ouvindo o vento,
que cheires o aroma do mar que amamos ambos
e fiques pisando a areia que pisamos.
Quero que tudo o que amo fique vivo,
E a ti amei e cantei sobre todas as coisas,
Por isso fica tu florescendo, florida,
Para que alcances tudo o que este amor te
ordena,
Para que esta sombra corra o teu cabelo,
Para que assim conheçam a razão do meu
canto.
Pablo Neruda
Antologia Breve
tradução de Fernando Assis Pacheco
PORTUGAL UM RETRATO SOCIAL
terça-feira, 27 de março de 2007
NÃO SEI SE ISTO É AMOR
Nao sei se isto e amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, cre! nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.
Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi versos romanticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito
Como a esposa sensual do Cantico dos Canticos.
Se e amar-te, nao sei. Nao sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.
Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu nao demoro o olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu nao sei se e amor. Sera talvez comeco...
Eu nao sei que mudanca a minha alma pressente...
Amor nao sei se o e, mas sei que te estremeco,
Que adoecia talvez de te saber doente.
Camilo Pessanha, Clepsydra e poemas dispersos
Foto: Fernando Figueiredo, Olhares.com
A QUINTA DAS CELEBRIDADES
segunda-feira, 26 de março de 2007
O SONO DO JOÃO
O João dorme... (Ó Maria,
Dize àquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá o João acordar...)
Tem só um palmo de altura
E nem meio de largura:
Para o amigo orangotango
O João seria... um morango!
Podia engoli-lo um leão
Quando nasce! As pombas são
Um poucochinho maiores...
Mas os astros são menores!
O João dorme... Que regalo!
Deixá-lo dormir, deixá-lo!
Calai-vos, águas do moinho!
Ó mar! fala mais baixinho...
E tu, Mãe! e tu, Maria!
Pede àquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá o João acordar...
O João dorme, o Inocente!
Dorme, dorme eternamente,
Teu calmo sono profundo!
Não acordes para o Mundo,
Pode levar-te a maré:
Tu mal sabes o que isto é...
Ó Mãe! canta-lhe a canção,
Os versos do teu Irmão:
«Na Vida que a Dor povoa,
Há só uma coisa boa,
Que é dormir, dormir, dormir...
Tudo vai ser sem se sentir.»
Deixa-o dormir, até ser
Um velhinho... até morrer!
E tu vê-lo-ás crescendo
A teu lado (estou-o vendo
João! que rapaz tão lindo!)
Mas sempre, sempre dormindo...
Depois, um dia virá
Que (dormindo) passará
Do berço, onde agora dorme,
Para outro, grande, enorme:
E as pombas que eram maiores
Que João... ficarão menores!
Mas para isso, ó Maria!
Dize àquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá o João acordar...
E os anos irão passando.
Depois, já velhinho, quando
(Serás velhinha também)
Perder a cor que, hoje, tem,
Perder as cores vermelhas
E for cheinho de engelhas,
Morrerá sem o sentir,
Isto é, deixa de dormir:
Acorda, e regressa ao seio
De Deus, que é donde ele veio...
Mas para isso, ó Maria!
Pede àquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá o João acordar...
domingo, 25 de março de 2007
A LENDA DA EUROPA
Um dia andava a bela e virginal lolita passeando à beira-mar com as suas amigas quando o poderoso Zeus deparou com ela.
Tonto com tanta beleza o rei dos deuses ficou completamente apaixonado pela bela ninfeta.
Com medo de Hera, a sua irascível e ciumenta mulher, Zeus decidiu transformar-se num touro para se conseguir aproximar de Europa.
Ao ver o belo animal, a princesa ficou maravilhada e foi logo fazer uma grinalda de flores para coroar o bichinho. Usando todo o seu encanto o poderoso deus conseguiu que a moça saltasse para o seu dorso. Ao sentir a rapariga nas suas costas desatou a correr em direcção ao mar. As companheiras de Europa só a conseguiram ver desaparecer entre as ondas do mar agarrada aos cornos do Touro.
E Zeus correu, correu e correu durante muito tempo até chegarem a uma pequena ilha. Aí o touro estacou, depositou a donzela à sombra de um plátano e revelou-se na sua verdadeira forma. Do romance de Zeus e Europa nasceram três crianças: Minos (futuro rei de Creta), Radamanto (rei das Cíclades) e Sarpedon (príncipe da Lícia).
WITH OR WITHOUT YOU
sábado, 24 de março de 2007
NO WAY JOSÉ
QUEM É QUE ABRAÇA O MEU CORPO?
Na penumbra do teu leito?
Quem é que beija o meu rosto,
Quem é que morde o meu peito?
Quem é que fala da morte
Docemente ao meu ouvido?
- És tu senhor dos meus olhos?
E sempre no meu sentido
A tudo quanto me pedes
Porque obedeço, não sei
Quiseste que eu cantasse
Pus-me a cantar... e chorei
Não me peças mais canções
Porque a cantar vou sofrendo
sou como as velas do altar
que dão luz e vão morrendo
Não me chames pelo nome
que me deram ao nascer
sou como a folha caída
que não chegou a viver
Meus olhos que por alguém
deram lágrimas sem fim
Já não choram por ninguém
- Basta que chorem por mim
O que é que a fonte murmura?
O que é que a fonte dirá?
- Ai, amor, se houver ventura
Não me digas onde está.
António Botto
sexta-feira, 23 de março de 2007
Jacques Brel - Amsterdam clip
Como já disse adoro quem canta com a alma.
Visto no http://gitas.wordpress.com/
DESAFIO 7
quinta-feira, 22 de março de 2007
22 DE MARÇO DIA MUNDIAL DA ÁGUA
QUANDO EU NÃO TE TINHA
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima ...
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor —
Tu não me tiraste a Natureza ...
Tu mudaste a Natureza ...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
Alberto Caeiro
quarta-feira, 21 de março de 2007
DIA INTERNACIONAL DA POESIA
SER POETA
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
terça-feira, 20 de março de 2007
PRIMAVERA
A Primavera é festa dos sentidos; é o prazer de corrermos descalços pela erva e fazer amor sobre uma cama de margaridas.
VAI ALTA NO CÉU
Vai alta no céu a lua da Primavera
Penso em ti e dentro de mim estou completo.
Corre pelos vagos campos até mim uma brisa ligeira.
Penso em ti, murmuro o teu nome; e não sou eu: sou feliz.
Amanhã virás, andarás comigo a colher flores pelo campo,
E eu andarei contigo pelos campos ver-te colher flores.
Eu já te vejo amanhã a colher flores comigo pelos campos,
Pois quando vieres amanhã e andares comigo no campo a colher flores,
Isso será uma alegria e uma verdade para mim.
Alberto Caeiro
ENVOLVE-ME
Na cadeia de teus braços
Como naquela tardinha...
Não tardes, amor ausente;
Tem pena da minha mágoa,
Vida minha!
Vai a penumbra desabrochando
Na alcova
Aonde estou aguardando
A tua vinda...
Não tardes, amor ausente!
Anoitece. O dia finda...
E as rosas desfalecendo
Vão caindo e murmurando:
- Queremos que Ele nos pise!
Mas, quando vem Ele, quando?...
António Botto
Canções, 1921
segunda-feira, 19 de março de 2007
The Chance To Dance
Queriam que ele fosse boxeur...
Ele só queria dançar.
Contra tudo e contra todos, uma luta por um sonho.
Finalmente um bom filme na nossa TV.
NUVENS
locuções de um pensamento aberto. No vazio de tudo
eram frontes do universo deslumbrantes.
Em silêncio via-as deslizar num gozo obscuro
e luminoso, tão suave na visão que se dilata.
Que clamor, que clamores mas em silêncio
na brancura unânime! Um sopro do desejo
que repousa no seio do movimento, que modela
as formas amorosas, os cavalos, os barcos
com as cabeças e as proas na luz que é toda sonho.
Unificado olho as nuvens no seu suave dinamismo.
Sou mais que um corpo, sou um corpo que se eleva
ao espaço inteiro, à luz ilimitada.
No gozo de ver num sono transparente
navego em centro aberto, o olhar e o sonho.
António Ramos Rosa
domingo, 18 de março de 2007
A LUÍSA
CALÇADA DE CARRICHE
sobe e não pode que vai cansada.
Sobe, Luísa, Luísa, sobe,
sobe que sobe sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa, Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada.
Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa. Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada.
Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas
não dá por nada.
Anda, Luísa, Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada.
Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu a sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa. Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada.
Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada,
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce o passeio,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa, larga que larga,
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa, larga que larga,
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa, Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada,
Anda, Luísa, Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada
António Gedeão
Também uma em música por José Niza e Cantado por carlos Mendes
sábado, 17 de março de 2007
SINTRA CHEIA DE POESIA
Entre muitos outros, passaram já por edições anteriores da Maratona D. Duarte Nuno, Catarina Furtado, Tozé Martinho, Carlos Alberto Moniz, Sílvia Rizzo, Orlando Costa, Sinde Filipe, José Jorge Letria, Ângela Pinto, Vítor de Sousa, António Manuel Ribeiro.
Vieram mostrar que a poesia pode e deve estar presente na vida de todos, tornando-nos um pouco mais capazes.
Este ano, a IV Maratona de Poesia de Sintra realiza-se no dia 23 de Março, precisamente na semana em que
se comemora o Dia Mundial da Poesia.
Para já estão confirmados nomes como o de Fernanda Serrano, Lena de Água, Pedro Granger, Irene Cruz, Nicolau Santos, Elsa Noronha, José Jorge Letria e Picolé.
A 23 de Março a festa da poesia é em Sintra!
Biblioteca Municipal de Sintra - Casa Mantero
Rua Gomes de Amorim
N.º 12/14
2710-569 Sintra
Tel. 21 923 61 90
Horário: de terça a sexta-feira das 10h00 às 20h00, segundas-feiras das 14h00 às 20h00 e sábados
das 14h30 às 19h30.
Encerra ao domingo.
“Tertúlia dos Poetas de Sintra”
15 MAR, às 21h00
Este é o sexto ponto de paragem de uma viagem literária já em curso, que leva em cada mês os grandes poetas da literatura portuguesa a nove cafés do concelho de Sintra.
Este mês, passa por Fontanelas para dar destaque ao poeta David Mourão-Ferreira. Nasceu em Lisboa em 1927 e faleceu, na mesma cidade, em 1996. Frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa onde se formou em Filologia Românica. Foi professor desta mesma Faculdade.
Distinguiu-se como poeta, professor e deixou uma obra considerável a nível da crítica literária.
Traço Comum
Local: Café Bar Çahroi
Av. N.ª Sr.ª da Esperança, 36 em Gouveia
(à saída de Fontanelas)
sexta-feira, 16 de março de 2007
FAZ-ME O FAVOR
EUTANÁSIA UM ACTO DE AMOR?
Será que terminar com a vida de alguém que sofre é um acto de amor?
Eu, na situação destas duas mulheres, teria feito exactamente a mesma coisa.
quinta-feira, 15 de março de 2007
A NOITE PASSADA
A NOITE PASSADA
A noite passada acordei com o teu beijo
descias o Douro e eu fui esperar-te ao Tejo
vinhas numa barca que não vi passar
corri pela margem até à beira do mar
até que te vi num castelo de areia
cantavas "sou gaivota e fui sereia"
ri-me de ti "então porque não voas?"
e então tu olhaste
depois sorriste
abriste a janela e voaste
A noite passada fui passear no mar
a viola irmã cuidou de me arrastar
chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
olhei para baixo dormias lá no fundo
faltou-me o pé senti que me afundava
por entre as algas teu cabelo boiava
a lua cheia escureceu nas águas
e então falámos
e então dissemos
aqui vivemos muitos anos
A noite passada um paredão ruiu
pela fresta aberta o meu peito fugiu
estavas do outro lado a tricotar janelas
vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
cheguei-me a ti disse baixinho "olá",
toquei-te no ombro e a marca ficou lá
o sol inteiro caiu entre os montes
e então olhaste
depois sorriste
disseste "ainda bem que voltaste"
Sérgio Godinho
Pré-Histórias 1972
Monty Python - Pope and Michelangelo
Ainda a propósito de discriminação e igualdade, a última do Vaticano:
«Católicos divorciados que voltem a casar estão proibidos de comungar, a não ser que se comprometam a viver com o novo cônjuge "como amigo, irmão ou irmã"», há mais...
«Bento XVI envia também uma advertência aos políticos e legisladores católicos, para que se abstenham de votar leis favoráveis ao aborto, à eutanásia ou às uniões homossexuais».
Tirado do Correio da Manhã
quarta-feira, 14 de março de 2007
AEIOT
SEU NOME
Seu nome! em repeti-lo a planta, a erva,
A fonte, a solidão, o mar, a brisa
Meu peito se extasia!
Seu nome é meu alento, é-me deleite;
Seu nome, se o repito, é dúlia nota
De infinda melodia.
Seu nome! vejo-o escrito em letras d'ouro
No azul sideral à noite quando
Medito à beira-mar:
E sobre as mansas águas debruçada,
Melancólica, e bela eu vejo a lua,
Na praia a se mirar.
Seu nome! é minha glória, é meu porvir,
Minha esperança, e ambição é ele,
Meu sonho, meu amor!
Seu nome afina as cordas de minh'harpa,
Exalta a minha mente, e a embriaga
De poético odor.
Seu nome! embora vague esta minha alma
Em páramos desertos, – ou medite
Em bronca solidão:
Seu nome é minha idéia – em vão tentara
Roubar-mo alguém do peito – em vão – repito,
Seu nome é meu condão.
Quando baixar benéfico a meu leito,
Esse anjo de deus, pálido, e triste
Amigo derradeiro.
No seu último arcar, no extremo alento,
Há de seu nome pronunciar meus lábios,
Seu nome todo inteiro!...
Maria Firmina dos Reis
segunda-feira, 12 de março de 2007
DESAFIO
Fui então desafiado pela Citizen Mary para responder ao questionário de Proust. Como não sou homem de fugir a um desafio, aqui estão as minhas respostas:
1. Qual é a sua maior qualidade? Sonhador
2. E seu maior defeito? Preguiça
3. A característica mais importante em um homem? Sensibilidade e capacidade para sonhar.
4. E em uma mulher? A mesma coisa
5. O que você mais aprecia nos seus amigos? Que sejam meus amigos.
6. Sua atividade favorita é… Música, poesia, cinema. E agora escolher uma?
7. Qual a sua idéia de felicidade? Amar, amar perdidamente.
8. E o que seria a maior das tragédias? Não ter quem amar.
9. Quem você gostaria de ser, se não fosse você mesmo? Pode alguém ser quem não é?
10. E onde gostaria de viver? No Bairro do Amor.
11. Qual sua cor favorita? Laranja
12. Uma flor? Tantas, mas escolho a Magnólia.
13. Um pássaro? Andorinha, não há passaro que tenha um voar tão bonito.
14. Seus autores preferidos? Tantos: Kafka, Eça, Pessoa, Eugénio, Torga, José Régio...
15. O os poetas que mais gosta? Cézarini, Eugénio de Andrade e Baudelaire
16. Quem são seus heróis de ficção? Indiana Jones, gosto do herói aventureiro.
17. E as heroínas? Gosto da Mafalda da Banda Desenhada.
18. Seu compositor favorito é… Mozart
19. E os pintores que você mais curte? William Bouguereau
20. Quem são suas heroínas na vida real? As Mulheres da minha vida.
21. E quem são seus heróis? Todos os que têm coragem de assumir e de lutar pelos seus ideais.
22. Qual sua palavra favorita? liberdade
23. O que você mais detesta? Qualquer tipo de preconceito e moral hipócrita.
24. Quais são os personagens históricos que você mais despreza? Todos os desprezíveis (a lista é grande)
25. Quais dons naturais você gostaria de possuir? Ser mais corajoso e decidido para enfrentar algumas agruras da vida.
26. Como você gostaria de morrer? Num prado, rodeado de flores e na companhia de quem amo.
27. Qual seu atual estado de espírito? Apaixonado pela vida.
28. Que defeito é mais fácil perdoar? A timidez, um defeito que eu rento perdoar a mim próprio.
29. Qual é o lema da sua vida? Ser feliz, ou pelo menos tentar fazer por isso.
Então vou passar o desafio à Wind do Web Club e ao Miguel se ele tiver tempo agora que tem em casa dois rebentos para cuidar. E fica também disponivel para qualquer visitante que queira participar.
domingo, 11 de março de 2007
POR TI
Procurei-te sem fim nos dias mais incertos
Tive sede de ti na solidão dos bares
E fome do teu corpo em todos os desertos
Fui Soldado e lutei em busca do teu rosto
Que vi impresso em todas as esquinas.
Deixei que me queimasse a dor do sol de Agosto
E mergulhei sem medo em plagas submarinas.
Para te ver venci as longas avenidas
De todas as cidades que ninguém ousou.
E por ti viverei largos anos de vida
Na ânsia de te dar tudo o que tenho e sou.
Torquato da Luz
sábado, 10 de março de 2007
ACORDA MENINA LINDA
Vem oferecer
O teu sorriso ao dia
Que acabou de nascer
Anda ver que lindo presente
A aurora trouxe para te prendar
Uma coroa de brilhantes para iluminar
O teu cabelo revolto como o mar
Acorda, menina linda
Anda brincar
Que o Sol está lá fora à espera de te ouvir cantar
Acorda, menina linda
Vem oferecer
O teu sorriso ao dia
Que acabou de nascer
Porque terras de sonho andaste
Que Mundo te recebeu
Que monstro te meteu medo
Que anjo te protegeu
Quem foi o menino que o teu coração prendeu ?
Acorda, menina linda
Anda brincar
Que o Sol está lá fora à espera de te ouvir cantar
Acorda, menina linda
Vem oferecer
O teu sorriso ao dia
Que acabou de nascer
Anda a ver o gato vadio
À caça do pássaro cantor
Vem respirar o perfume
Das amendoeiras em flor
Salta da cama
Anda viver, meu amor
Acorda, menina linda
Vem oferecer
O teu sorriso ao dia
Que acabou de nascer
Jorge Palma
LINDO!
sexta-feira, 9 de março de 2007
VIDA E POESIA
Sobre os velhos arabescos das flores calmas
A pequena varanda era como o ninho futuro
E as ramadas escorriam gotas que não havia.
Na rua ignorada anjos brincavam de roda...
– Ninguém sabia, mas nós estávamos ali.
Só os perfumes teciam a renda da tristeza
Porque as corolas eram alegres como frutos
E uma inocente pintura brotava do desenho das cores
Eu me pus a sonhar o poema da hora.
E, talvez ao olhar meu rosto exasperado
Pela ânsia de te ter tão vagamente amiga
Talvez ao pressentir na carne misteriosa
A germinação estranha do meu indizível apelo
Ouvi bruscamente a claridade do teu riso
Num gorjeio de gorgulhos de água enluarada.
E ele era tão belo, tão mais belo do que a noite
Tão mais doce que o mel dourado dos teus olhos
Que ao vê-lo trilar sobre os teus dentes como um címbalo
E se escorrer sobre os teus lábios como um suco
E marulhar entre os teus seios como uma onda
Eu chorei docemente na concha de minhas mãos vazias
De que me tivesses possuído antes do amor.
quinta-feira, 8 de março de 2007
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Querida amiga,
Hoy, 8 de marzo, es el Día Internacional de la Mujer Trabajadora, un día idóneo para denunciar que una de cada cinco mujeres en el mundo llega a ser victima de violación o de intento de violación a lo largo de su vida.
La violencia sexual es una de las agresiones de género más degradante. En muchos casos, son cometidas por agentes del Estado, cuya función debería ser proteger a las mujeres. Según el derecho internacional, la violación de una mujer en manos de un agente estatal constituye siempre tortura de la que el Estado es directamente responsable.
Amnistía Internacional lucha contigo para combatir la violencia sexual contra mujeres a manos de agentes del Estado.
Gracias por tu apoyo y un abrazo,
Esteban Beltrán
Director - Amnistía Internacional
O PRIMEIRO DIA
passa-se nas ruas bem devagarinho
est-se bem no silncio e no borborinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos memria uma frase batida
hoje o primeiro dia do resto da tua vida
hoje o primeiro dia do resto da tua vida
Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
d-se a volta ao medo e d-se a volta ao mundo
diz-se do passado que est moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos memria uma frase batida
hoje o primeiro dia do resto da tua vida
hoje o primeiro dia do resto da tua vida
E ento que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se e come-se se algum nos diz bom proveito
e vem-nos memria uma frase batida
hoje o primeiro dia do resto da tua vida
hoje o primeiro dia do resto da tua vida
Depois vem cansaos e o corpo frequeja
molha-se para dentro e j pouco sobeja
pede-se o descanso por curto que seja
apagam-se duvidas num mar de cerveja
e vem-nos memria uma frase batida
hoje o primeiro dia do resto da tua vida
hoje o primeiro dia do resto da tua vida
E enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar sem vela ou navio
bebe-se a coragem at dum copo vazio
e vem-nos memria uma frase batida
hoje o primeiro dia do resto da tua vida
hoje o primeiro dia do resto da tua vida
Entretanto o tempo fez cinza da brasa
outra mar cheia vir da mar vaza
nasce um novo dia e no brao outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos memria uma frase batida
hoje o primeiro dia do resto da tua vida
hoje o primeiro dia do resto da tua vida
Sérgio Godinho